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Cronicas-->Ato do Cansei: diferença entre lideranças e manifestantes -- 22/08/2007 - 08:29 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ato do "Cansei" em São Paulo mostra diferença entre lideranças e manifestantes

por Redação MSM em 21 de agosto de 2007

Resumo: Ao não reconhecer o próprio direito de criticar, em público, a administração federal e o Presidente da República, os artistas e autoridades que lideram o movimento Cansei apenas fazem o jogo petista e colocam em xeque o próprio conceito de democracia, em sua faceta mais cotidiana: a possibilidade de divergir da suposta "maioria" sem ter de se esconder ou ser preso.

© 2007 MidiaSemMascara.org


Quem esteve entre as cerca de 2 mil pessoas presentes ao ato promovido pelo movimento "Cansei" na Praça da Sé, dia 17 de agosto na capital paulista, póde perceber claramente o que está acontecendo em relação à opinião pública e as celebridades e "autoridades" que organizam os protestos.


Manifestantes na Praça da Sé: direito de protestar sem meias-palavras.

Em primeiro lugar, a grande maioria dos presentes não era, obviamente, composta de socialites e industriais, como a grande imprensa a serviço do PT quer fazer crer. Eram pessoas comuns, desempregados, representantes da classe média baixa, aposentados e estudantes cansados de servir apenas para recolher tributos - sem poder se manifestar, reclamar, exigir um pouco de respeito. São os escravizados da nova elite brasileira: enquanto esta se locupleta por ter acesso ao dinheiro fácil disponível para quem está no governo ou próximo a ele, aquela parece estar condenada a alimentar a fortuna da outra com seu trabalho, seu dinheiro e seu sangue - derramado tanto em acidentes aéreos como na guerra urbana entre uma população desarmada e a bandidagem protegida por ONGs desarmamentistas e de "direitos humanos".

Esse público de manifestantes espontàneo, sem representatividade, sem voz e sem recursos para concorrer de igual para igual com a nova elite, é quem tem comparecido a eventos como esse e como "A Grande Vaia". A diferença de motivação e de anseios entre ele e os responsáveis pelo movimento "Cansei" ficou patente ao final do ato: após cerca de meia-hora de palavras um pouco vazias, protestos contra substantivos abstratos como "corrupção", "impunidade" e "insegurança" (algo como parar em frente a um hospital e gritar palavras de ordem contra o càncer ou ir ao cemitério para xingar a morte), uma significativa parcela dos presentes resolveu dar "nome aos bois": o verdadeiro protesto do brasileiro trabalhador, honesto e esclarecido não é contra um vilão sem rosto, uma divindade tão inatingível que não se pode pronunciar seu nome - esses manifestantes sabem muito bem que, no Brasil de hoje, a face dos desmandos, do descaso com o dinheiro público e do desprezo às leis é a do PT de Lula.

E o PT não esteve ausente do ato, como jornalistas desinformados ou mal-intencionados anunciaram em seus jornais "conservadores a serviço do capitalismo". Havia, sim, militantes petistas entre os manifestantes. Sua tática para protestos como esse é conhecida entre integrantes de partidos políticos e grêmios estudantis: eles se espalham, furtivamente, entre a multidão, e tentam criar pequenos focos de instabilidade e desmobilização, sussurrando palavras de ordem, ridicularizando pessoas desavisadas, tentando provocar confusão sem ser percebidos. Desta vez, o máximo que conseguiram foi ouvir vaias esparsas e reprimendas ainda tímidas, de um tipo de brasileiro que, por passar quase todo o tempo que tem trabalhando ou recolhendo impostos, nunca aprendeu como se comportar numa manifestação de rua, algo que é da especialidade da legião de vagabundos profissionais e sindicalistas que compõem a militància esquerdista tão conhecida de todos nós.


População na Sé: anseios diferentes dos objetivos do Cansei.

Para as próximas manifestações, fica a impressão que o descontentamento do brasileiro anónimo irá se sobrepor à timidez e ao apartidarismo compulsório, que funciona quase como um apêndice involuntário do lulismo. Ao não reconhecer o próprio direito de criticar, em público, a administração federal e o Presidente da República, o que esses artistas e autoridades fazem é colocar em xeque o próprio conceito de democracia, em sua faceta mais cotidiana: a possibilidade de divergir da suposta "maioria" sem ter de se esconder ou ser preso. Não basta ter razão, é preciso se fazer ouvir - e se para isso é necessário gritar mais alto que o militante esquerdista profissional, então que se grite. Parece que, aos poucos, o brasileiro cansado está começando a aprender como é que se faz.


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