LÁGRIMAS DE CONSTERNAÇÃO NO ANIVERSÁRIO
Renato Ferraz
Não podeis, filhos,
No seu aniversário
Ver contente a mãe gentil
Se duvidais,
Pensai bem!
Ela é mãe e apesar de sorrir
Sofre calada e chora à noite, solitariamente
Nossa mãe reclama da injustiça.
Sente falta de apetite
Quando vê filhos seus passando fome
A Pátria amada, filhos do Brasil,
Não arredará dos que aqui nasceram
Resistiu ao longo da história
E como toda mãe
Superará os maus tratos, com paciência
Sentida, decantará a sua dor
Para depois poder aconselhar.
Ela não aceita ser maltratada nem desrespeitada
E é contra a soberba e a demagogia
Porque não criou um para ser pior que o outro
Nem para ser explorado
Há os que se desviam e se corrompem
Há também os que a humilham e são injustos.
Mas a maioria não foge à luta
Batalha dignamente por um emprego
A Pátria amada, filhos,
Se prestardes bem atenção
Parte o coração quando a arruínam
E a traem em nome de um ideal
Ela abomina os maus costumes e a exploração
Não foi esse o exemplo que lhes deu
A mãe gentil sente-se alegre
Com a união entre seus filhos
Mas sofre quando é ameaçada
E vê por trás nuvens negras lá no horizonte
Encobrirem o nosso céu
Se o pôr-do-sol não é digno do nosso olhar
Há algo errado e precisa ser consertado
A brava gente do Brasil
Não é de agora
Já está morrendo
Além da conta
Castigada por esperteza
Filhos seus ambiciosos e usurpadores
Outros insanos e aventureiros
Longe vá temor servil ou endeusamento
Que adianta nos matarmos
Se somos todos herdeiros
Do mesmo sangue
Nem há um só salvador
É com diplomacia que venceremos as batalhas
Nada de ultimatos, amá-la ou deixá-la
Nem permitir ser entregue aos piratas
Temos os mesmos direitos
O inimigo é quem vem de fora
Afrontar os vossos filhos
Não há lugar melhor no mundo
Apesar de tudo
Que o Brasil!
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