DE VOLTA À RUA
Vou numa rua que abraça
como um coitado agarrado:
depois de tanta pandemia
parece louca e festeira
passam as máscaras todas
algumas mal colocadas
e outros de cara lavada
já não se cobrem de nada
como na busca de alguém
que deve ter ido embora
desdenho odores e ruidos
ando num grande vazio
Óculos, calças, abrigos
tantos sinais coloridos
e como sempre poeira
cheiro de gás e sujeira
E digo amo esta rua
como uma louca que dança
sem entender a esperança.
Porque ainda falta a vitória.
E quem quiser que a entenda
como seu sonho o cutuque
a minha é nossa e inteira
com teimosia e poema.
Caminho o tempo da tarde
quase esbarrando esta espera
porque há de vir a mudança.
Ninguém rejeita uma estrela!
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