Avião da Venezuela levou boxeadores de volta a Cuba
Publicado em 25.08.2007
BRASíLIA - A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou ontem que é venezuelana a aeronave prefixo YV 2053, que levou de volta para Cuba os boxeadores Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara. Nem a FAB, o Ministério da Justiça ou a embaixada da Venezuela em Brasília informaram se o avião era do governo daquele país ou de origem privada. Há suspeitas de o transporte ter sido pago pela petrolífera venezuelana PDVSA.
Segundo fontes do governo brasileiro, a "ajuda" do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a Cuba, não foi surpresa. Chávez é aliado do presidente cubano Fidel Castro e costuma afirmar ter se inspirado em Fidel para lançar o "socialismo do século 21".
Ao deixar ontem o Itamaraty, após um almoço com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, recusou-se a responder perguntas sobre o episódio. Durante os três dias em que Pérez Roque esteve em Brasília, ele falou sobre Guillermo e Erislandy - que abandonaram a delegação cubana nos Jogos Pan-Americanos, no Rio, em 20 de julho - uma única vez. O chanceler disse que os boxeadores estavam bem, não haviam sofrido punições legais, mas não mais sairão de Cuba.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Heráclito Fortes, foi o primeiro a levantar suspeitas sobre a origem do avião. Para Fortes, o episódio da deserção dos boxeadores e seu posterior arrependimento vêm levantando dúvidas desde o início.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, protocolou ontem, na mesa da Casa, requerimentos de informações aos ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Defesa, Nelson Jobim. Virgílio quer mais detalhes, por exemplo, sobre o transporte aéreo dos dois atletas, do Rio para Havana.
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