SUPOSIÇÃO
Pode ser que fique
parada mirando o trem
e que a brisa me console
como mãe com pena
sim, tudo pode
e sei
que vale a trovoada
esta que me recorta
como uma fada
tira-me do sótão
quase algemada
solta-me
quase torpe
tua presença nova
de pés antigos
cara de amor
ou prazer de mentira
não sei como chega
nem como vai
não sei prender
só sei ficar
a luz que dói
é mais sol
a lua
toda tua
e no centro do peito
corda invisível
que grita: “nós”!
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