NA RUA
Abraço o domingo de sol
em busca de rostos vivos
e em passos a lugar algum
encontro-me com o mundo.
Não é um encontro perfeito:
consigo guardar poucas coisas
de seres até rarefeitos.
E eu como eles, suspeito…
Andamos e quase trombamos
os eixos dos corpos dobrados
as lutas marcadas nos rostos
arrisco dizer: amestrados.
O ruido dos carros em ondas
tenta imitar o oceano
em mim o vazio ressoa
frustrante e acostumado.
Sou uma micro pensante
no espaço da louca cidade
mesmo sem nada instigante
preciso sentir que sou parte
Insano cenário; aberrante
que tece mentiras com arte
e sou só mais um navegante
no intento de sobras pulsantes
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