Como sabes não sou muito a escrever cartas. Prefiro enviar e-mails que chegam rápido e logo recebo a resposta com a solução. Tenho tentado fazer isto, mas não te encontro em canto algum. As mensagens sempre voltam com justificativa de caixa cheia. Parece-me que fugistes para as profundezas do mar com alguma sereia encantada. Soube através da tua página na net que lançarás um novo livro ainda este ano. O título chamou-me muito a atenção. Continuas a trabalhar pelos excluídos. Sabemos que é uma luta vã, mas vale a pena abordar o assunto para que – seja quando for- alguém direcione o olhar para esta classe menos favorecida. Aliás, meu amigo, como aumenta essa classe! Percebeste o valor do novo salário mínimo? Há quem diz que “é o máximo do mínimo”. Meu amigo, daqui a pouco tempo, também nós professores, estaremos ganhando este “máximo de mínimo”. Não tem quem olha para esta classe, entra e sai governantes e só promessas esquecidas...
Sabias, meu amigo, que há mais de uma década não temos aumento salarial aqui em Minas Gerais? Como vou fazer para comprar o teu novo livro? Sabes que o meu lazer é a leitura e a escrita. Não vás pensar que almejo ganhar um exemplar. (Rs) Longe disso. Todo escritor deseja viver do seu trabalho mesmo sendo o brasileiro um leitor ocioso como nos tem mostrado as estatísticas.
Sinto falta meu amigo, de quando tudo era mais simples, menos complicado.
No mais espero que tenhas sucessos no teu novo empreendimento. Que o leve para muitos recantos do Brasil e do mundo.
Um abraço da amiga que também rabisca letras.
