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cronicas-->O pai do pai da criança -- 02/09/2007 - 07:49 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O pai do pai da criança

Mário tem 50 anos e pensa que é jovem. Gosta de rock e pagode. O som de seu carro está sempre no volume máximo. Seu filho mais velho está com vinte anos. Torcedor fanático do Botafogo queria que o nome de seu primeiro filho fosse Perivaldo. Todos foram contra e o menino passou-se a chamar Sandro. Seu Mário desde que se casou até hoje não se impõe. Todos mandam nele. A única promessa para mudar a situação vai demorar um pouco para ser cumprida. Ele diz que um dia vai ter várias mulheres, vai bater na esposa, vai ser brigão e terá todos os vícios e defeitos possíveis. Essa espera um dia vai acabar, pois a mudança será na "outra encarnação". Sandro teve um filho que Mário faz questão de dizer:
- Jorginho é filho do meu filho ou sou pai do pai da criança, pois se me chamarem de avó, eu brigo.
Só que ele não briga nunca, pois a primeira coisa que tiraram dele foi o seu quarto e ele nada falou. Como sua casa só tem essa suíte, este quarto teve que ser cedido para sua nora e o filho do seu filho. Além de Sandro tem outros dois filhos. Como ele é natural de Bolotas, cidade conhecida como antro de gays ele costuma dizer que só fez filhos homens porque como bom bolotense só gosta de homens. Sua nora trouxe a tiracolo sua mãe e aí começou a tristeza de seu Mário e sua esposa. A criança fica o dia inteiro entre a nora e a com-nora, é assim que ele chama a mãe de sua nora. Quando sua nora teve o filho ele foi de manhã visitar o neto na maternidade. Como se acha um pouco tímido levou um amigo da família consigo. Esse amigo levou um buquê de flores de presente para a recém parturiente. Na maternidade foi barrada a sua entrada porque a visita só é permitida de tarde, e o amigo, liso como é, conseguiu ver a criança, pois deu a desculpa de entregar o presente. No outro dia pegou a criança no colo na maternidade durante cinco minutos. Hoje depois de quinze dias não viu mais o neto. Decepcionou-se quando viu o neném, pois disseram para ele que os olhos eram azuis e o menino não abriu os olhos, estava dormindo. Para ele todos os recém-nascidos são iguais: banguelas, quase carecas e tem dois furos no nariz. Não consegue ver similaridade da criança com pais, avós ou quaisquer outras pessoas. Ficou contente quando disseram que a testa era a sua, mas somente quando Jorginho franze a mesma. Com o afastamento temporário de seu neto apegou-se mais ao seu cachorrinho, um mini poodle. Pegaram-no a falar com o cãozinho dessa maneira: bilu, bilu tetéia. Não é mera coincidência se o autor dessa crónica enxergar o personagem ao espelho.
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