Os anos sessenta
Ao entrar na década dos sessenta, percebi que existe uma estreita relação com a famosa fase dos quinze anos. A cada dia nosso corpo apresenta novas mutações. Infelizmente, ao contrário daquelas da juventude. Em vez de nos tornarmos mais vistosos, tudo se transforma para pior.
A cabeleira diminui e torna-se logo embranquecida. Mais rugas contornam os olhos e a boca. A pele, agora bem sensível, requer cuidados especiais.
Como os jovens adolescentes, ao nos olharmos no espelho nunca estamos satisfeitos. Temos que adaptar as roupas à s novas possibilidades, isto é, escolher aquilo que melhor disfarce tantas imperfeições.
Temos, porém, algumas vantagens em relação a eles. Já vivemos boa parte da vida, já realizamos muitos sonhos, já conhecemos como o mundo funciona.
Embora a parte externa esteja deteriorada e o corpo rateie um pouco, nossas cabeças carregam conhecimentos que fomos adquirindo ao longo dos tempos. E isto, a sabedoria, ninguém pode arrancar de nós.
Além de tudo, nos dias de hoje, ter sessenta anos não significa mais ser "velho coroca". Quantas sessentonas não estão por aí passeando com seus netinhos ou fazendo caminhadas, saltitantes...
E os homens, será que não sofrem? Perguntem aos carecas.
Beatriz Cruz
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