Se fosse fútil perguntaria o porquê do céu azul
Se fosse inútil diria que não importa a cor do céu azul
Se me sentisse pífia diria que o céu só é azul em dias de sol
Se me tornasse famosa diria que a causa do azul do céu é óbvia
Se me sentisse infeliz faria do azul do céu um bom motivo para chorar
Se me transformasse em cínica diria, qual o problema do céu ser azul?
É apenas uma cor.
Ele poderia ser verde e nós nos teríamos acostumado a isso
E nada seria diferente
Quem sabe o contraste entre o verde do céu e o verde da mata seria curioso. Ou não.
Talvez tudo parecesse mais escuro. Ou não
Talvez o mar fosse amarelo
E o meu humor marron. Por que não?
Porém se me sentisse feliz amaria (e amo) as coisas exatamente como elas são.
E se eu fosse profeta diria que a harmonia pessoal e intelectual independe de cores e de dores
Harmonia é equilíbrio, emoção musical
Sensibilidade e compreensão absolutas
É o peso certo e a medida certa
O objetivo maior de todos nós em busca da perfeição emocional.
Se me transformasse em riso, abrandaria a melancolia
Se compreendesse todos os porquês
Poderia explicar a beleza infinita de olhar para o céu num final de tarde
E ficar maravilhada com os tons de fogo desenhados
Intercalados entre claro e escuro. Azul, cinza, amarelo, vermelho.
De repente me dou conta de que sou um pouco disso tudo
Uma espectadora em busca de respostas
Curiosa, questionadora, eternamente insatisfeita
E eternamente encantada. E grata
Talvez a causa de tudo seja o tom de azul do céu de hoje.