Usina de Letras
Usina de Letras
71 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62201 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10353)

Erótico (13567)

Frases (50601)

Humor (20029)

Infantil (5428)

Infanto Juvenil (4762)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Rio das Pedras (Whisky e filosofia 2) -- 29/03/2000 - 14:48 (Douglas Dickel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Finalmente tudo estava pronto. A barraca estava montada no ponto mais estratégico do lugar: sob a sombra de árvores e no caminho da brisa que vinha do Rio das Pedras. O sol já enfraquecido da tardinha atiçava a ansiedade pela noite, quando iríamos enlouquecer para compor o repertório da próxima demo. Queríamos um experimentalismo transcendental, por isso estávamos acampando ali, no Rio das Pedras. O cenário parecia de um filme do Oliver Stone.

Resolvi deitar um pouco no colchonete para que, à noite, a energia estivesse completa em meu corpo e em minha mente. Esperando mais relaxamento e até um pouco de energia sensual, tirei minhas roupas. As meninas tinham ido tomar banho de rio, demorariam por lá. Logo entrei naquele misto de consciência sonolenta e inconsciência acordada. No silêncio dos passarinhos e da água corrente pensei ouvir passos no meu sonho. Eram passos nas folhas secas, como se alguém estivesse se aproximando da barraca.

Abri os olhos e vi que elas estavam voltando do rio. Tisva vinha na frente, com seu vestido branco, longo e de alcinhas estreitas, completamente transparente e colado ao corpo. Rodrigo, que presenciara Tisva nua numa partida de strip poker, sempre repetia que ela poderia ganhar muita grana fazendo filmes eróticos em Paris. Atrás dela vinha Estela tropeçando na calça jeans que tentava arrancar do corpo enquanto corria para alcançar Tisva.

Já no acampamento, Tisva ajudou Estela a tirar o resto da roupa molhada. Pelo jeito que riam parecia que estavam chapadas. Mas nós não tínhamos levado nada, já que a inspiração seria a natureza e nós mesmos. No instante seguinte, as duas entraram na barraca e deitaram uma de cada lado, na mesma ordem em que ficamos no palco. Estela, guitarra distorcida, na esquerda; eu, baixo, no meio; e Tisva, guitarra com delay, na direita.

Passei a sentir calor e movimento. Minhas parceiras de banda começaram a se retorcer com as peles em contato. Estavam se enxugando uma na outra, e as duas em mim. De vez em quando botavam a língua para fora e lambiam o primeiro pedaço de corpo humano que entrasse em sua mira.

De repente tudo o que tinha acontecido nos últimos minutos começou a retroceder, como num REW de vídeo cassete. Levantei e fui ver as meninas no rio. Chegando na beira, avistei Estela tendo os olhos mastigados por um cão. Tisva gritava desesperada, com voz masculina e bafo de whisky: "Calma Naxi, eu já consegui! Estou aqui, amigão."
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui