ESPELHO
Oscilo como brisa
e nunca tenho a certeza
do que é teu.
Menos ainda: o que é nosso
neste espaço meu.
Chegas como raio
e também desapareces,
fica o estalo que fere
ou cutucas e devolves
tudo.
Antes achava impossível
criar um mundo paralelo
para amar alguém
e hoje
nele estou.
Então as expectativas voam
borboletas contínuas
malucas e belas
que não parecem morrer.
Caço você, as deixo seguir
Então desapareces de novo
porque nunca vou aprisionar
o raio feliz
teimoso e alucinante
que me faz respirar.
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