Usina de Letras
Usina de Letras
211 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140785)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Auto da alma -- 23/02/2017 - 20:49 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estava  profundamente perturbado com a pergunta que Morgana fizera: ‘É verdade que José de Alencar é filho de um padre?’ Teve vontade de dizer que o romancista brasileiro era filho do ex-padre José Martiniano de Alencar. Mas, sabia que padre, uma  vez ordenado, mesmo perdendo as atribuições do ofício, nunca deixa de ser padre.’ Fez um minuto de silêncio. Afastou pensamentos que lhe perturbavam a alma. Deu a bênção final, e ficou em adoração ao Santíssimo.
O Auto da Alma se lhe passou pela mente. Lentamente, sua respiração diminuía, e as batidas do coração se tornavam menos frequentes. Ouviu  o  rufar de asas: ‘Venha!’  E quando percebeu estava voando em direção  às sombras... A luz sumia na distância, até  que, na última hora, abraçou  a Cruz; venceu o abismo e viu o anjo negro desaparecer na escuridão.  Sem temor nem medo o padre escarneceu do anjo negro e voou para a Luz. Em seguida, viu as cenas de seu  juízo particular:  São Miguel tentando resgatar sua alma e o Diabo querendo arrastá-la para as trevas. Persignou-se. Selou com o sinal dos cristãos a testa, a boca e o peito. Levantou-se. Tomou a porta e deixou a igreja. Sentiu morno vento sussurrar em seus ouvidos: ‘A muitos, ensinaste, deste força a mãos  frágeis. Tuas palavras levantavam aqueles que caiam. Agora tu mesmo enfraquecesses. E em lugar do pão tens o soluço.’  Veio  confortá-lo o  anjo que atendia pelo nome de Calcutá:
 
Ensinarás a voar... Mas não voarão o teu voo. Ensinarás a sonhar... Mas não sonharão o teu sonho. Ensinarás a viver... Mas não viverão a tua vida. Ensinarás a cantar... Mas não cantarão a tua canção. Ensinarás a pensar... Mas não pensarão como tu. Porém, saberás que cada vez que voem, sonhem, vivam, cantem e pensem...  estará a semente do caminho  ensinado e aprendido! 
 
Vai perseguir teus sonhos. Dizia a voz do homem vocacionado à paternidade. E seus olhos viram uma casa repleta de crianças brincando, os ouvidos ouviram e guardaram as vozes de seus filhos, tão numerosos como a areia da praia. 
***

Adalberto Lima, trecho de Estrada sem fim...
Enviado por Adalberto Lima em 23/02/2017
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui