No silêncio da noite (Fado)
É no silêncio da noite
Que sinto tua saudade
É um flagelo, um açoite
Lembrar-te... é crueldade !
Na figura de um castigo
A mente sinto abalada
Lembrar-te não tem sentido
É chaga mui inflamada
No coração de quem ama
Esse sonho cor de rosa
Foi consumido na chama
Da palavra mentirosa
De quem dizia me amar
Agora, pura aversão
Dentro de ti a execrar
O meu pobre coração !
Se amar-te sempre foi
Nesta vida o meu castigo
A grande saudade dói
E esquecer-te, não consigo
Hoje ao lembrar meu desejo
Que me segue nesta vida
Parece que eu prevejo
Ser uma causa perdida
Hás de querer amar-me
Porém, no meu coração
Não deixarei levar-me
P’lo preito da gratidão !
17/05/ 2022 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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