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Artigos-->OS LIMITES DO TEMPO NO SÉCULO XXI -- 23/03/2000 - 20:22 (Mario Galvão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Mário Galvão (*)



Minha irmã, Leda Leme Galvão, concluiu, em dezembro passado, o curso de jornalismo na Faculdade de Comunicação da Universidade de Taubaté, no interior do estado de São Paulo. Já recebeu seu certificado, em fevereiro deste ano, está ingressando no Sindicato dos Jornalistas e pretende iniciar sua vida profissional o mais rápido possível, recortando os classificados do Estadão, aguardando propostas dos interessados.

Tudo isso seria muito comum, não fosse o fato de Leda já ter completado 73 anos de idade. Isso mesmo, pode conferir na certidão e no RG: 73 anos, nascida em Lavrinhas, no ano de 1927.

Essa é uma das mais incríveis realidades deste novo século, em que o avanço da medicina, das condições sanitárias , da cultura física, da geriatria e de tantas outras ciências, está fazendo com que a perspectiva de vida dos brasileiros e dos habitantes dos outros países desenvolvidos e em desenvolvimento aumente extraordinariamente. Claro que, infelizmente, ainda existem grupos sociais no nosso País que não estão sendo beneficiados por esses avanços e cuja expectativa de vida ainda é muito menor, quer pela mortalidade infantil, ou pela miséria e quer ainda devido aos altos índices de criminalidade e banditismo que vitimam as pessoas das classes mais pobres.

No entanto, na classe média e na alta, em virtude desses avanços da ciência em geral e da medicina, em particular, a administração do tempo da vida passou a ter outros contornos. Cada um de nós tem que imaginar que vai viver, no mínimo, oitenta anos e, com sorte e vôo planado, poderá chegar aos 100 ou 120 anos de idade.

Adicionalmente, existe um outro fato a ser considerado: os nossos conhecimentos e informações, mesmo que reciclemos nossos cursos, a cada dez anos, estarão totalmente superados em pouquíssimo tempo.

Um médico formado há dez anos, que estiver aplicando conhecimentos e técnicas que aprendeu na Faculdade e na Residência Médica, pode estar hoje aplicando medicamentos e tratamentos completamente "demodés" (tanto quanto esse galicismo) em seus paciente, inclusive em mim ou em você. Já pensou nisso? Com o avanço da informática e da Internet, esse prazo deve diminuir ainda mais, prevendo os futurólogos que o que aprendemos nas faculdades, nos MBA e nas pós-graduações, estará sendo superado e ultrapassado a cada quatro anos ou menos, dentro em breve.

Assim, a agenda de cada um de nós, a cada dia, a cada semana, a cada ano, não pode deixar de contemplar como ações classificadas como IMPORTANTES e URGENTES, a atualização de nossos conhecimentos (cursos, faculdades, pós-graduações, doutorados, pós-doutorados), em qualquer dos campos em que atuemos em nossa vida, seja profissional, pessoal ou até mesmo de lazer.

Um pescador amador de praia, por exemplo, que não use a técnica de prender o camarão no anzol com o fio de "elasticon" ou que não tenha uma vara de fibra de carbono, levíssima, como equipamento, vai se dar mal no campeonato de pesca ou na simples competição de fim de semana com os amigos.

Imaginem então o que ocorre na vida profissional. Qual o cidadão hoje que vai disputar alguma boa vaga, em São Paulo, Rio ou Brasília, sem conhecer o mínimo de utilização de World, PowerPoint, Excelll ou alguns mínimos programas usuais do incrível mundo dominado pelo senhor Bill Gates?

E as profissões que, repentinamente, simplesmente desaparecem? Na aviação não há quase mais lugar para engenheiros de bordo, figura há pouco obrigatória em todas as cabines de comando das aeronaves comerciais de transporte de passageiros no mundo. Todos eles estão tendo que imaginar, aos 40 anos de idade, ou mais, que vão viver ainda 40 anos e que têm que adquirir novos conhecimentos e encontrar uma nova profissão que lhes permita ganhar o sustento seu e de suas famílias.

Tudo o que aprenderam, de repente, virou fumaça, servindo para muito pouco ou quase nada.

Por outro lado, vejamos o admirável mundo novo que se nos apresenta, para aqueles que deixam o medo e a insegurança de lado e estão dispostos a aprender sempre mais e mais.

Aos adeptos da educação permanente e continuada. Aqueles, como a Leda, que optaram por tornarem-se, como na antiga Grécia, velhos e sábios.

É maravilhoso, acreditem, sentar-se ao lado dos jovens nos bancos escolares e aprender com eles novamente a generosidade e o encanto de lutar por renovação e mudanças.

Fico entusiasmado ao ouvir a Leda dizendo-me que, em abril, vai participar do baile de formatura da sua turma. E certamente não vão lhe faltar pares e paqueras, que até para isso a modernidade também já arrumou um jeitinho de deixar os mais velhos atualizados.

Ah, se você é jovem, mesmo assim, coloque na sua agenda, todos os dias: ATUALIZAÇÃO!!! Tudo o que você aprendeu pode não servir para nada já daqui a pouco, amanhã mesmo. Afinal, já estamos vivendo no Século XXI.





(*) Mário Galvão, 56, é jornalista e profissional de RP. Foi assessor de comunicação social da Embraer, da Infraero e do INPE. Atualmente é Relações Públicas da VASP (Viação Aérea São Paulo S. A.)e aluno de pós-graduação da Fundação Cásper Líbero, em São Paulo.





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