O RESFRIADO E A VERGONHA NACIONAL
Não sou dada a depressões, nem costumo ficar "pra baixo" por qualquer coisinha. Mas hoje o resfriado conseguiu me derrubar. Meu sábado começou com o nariz em cachoeira.
Não larguei o lenço durante toda a manhã. Ficou encharcado. Comprei uma caixa de kleenex, já está pela metade... Será que não vai parar nunca mais?
A coriza tomou conta de tudo, embotou meus pensamentos. Só sinto o nariz. Aquele que o médico dizia ser de tostão, quando eu era menina, agora me parece mais de palhaço. Naquela época eu não sabia o que vinha a ser um tostão. Palhaço, conhecia bem.
Com o passar do tempo, os tostões se foram, ninguém mais se lembra deles. Já os palhaços... Antes, apresentavam-se em circos que chegavam espalhafatosos à s cidades pequenas,desfilando pelas ruas antes de instalar-se sob a lona armada em local esparramado. Atraíam todos, crianças e adultos. Depois, era na tv que faziam suas graças. Pimentinha, Arrelia e Tic-tac tiveram seus dias de glória.
Como a vida é mutante, infelizmente palhaço não significa mais alegria. É bobeira mesmo. A famosa bolota vermelha que antes nos fazia rir, nos dias de hoje - "neste país" - tornou-se o símbolo da vergonha nacional.
Só mesmo um concerto de violinos, de Mozart, para me acalmar...
Beatriz Cruz
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