O poeta acompanha a História da Civilização de uma maneira que abrange todas as áreas do conhecimento humano, mas de uma forma que somente uma alma muito sensível sabe traduzir.
Na Antiguidade, o poeta era chamado para alegrar os reis e os nobres. Lembremos Davi e os seus Salmos amorosos, falando da Criação e do Criador, entoando suas emoções diretamente ao Pai, como um Filho a evocar o Amor infinito de um Deus bondoso.
Naquele tempo, o poeta era chamado apenas para dizer a sua poesia, mas não era chamado a pregar, nem a doutrinar aos povos, nem era convocado para lutar nas batalhas.
Nos tempos atuais, o poeta tem uma visão cosmológica que lhe permite, também, falar de Deus ( falar a Deus ), mas sem o poder de doutrinar ou de pregar uma determinada religião ou crença. Na sua visão cosmológica, o poeta abrange, em seus poemas, ilustrações sobre Astronomia, Espiritualidade, Geometria, Música e outras áreas, sem, no entanto, ser um conhecedor técnico do que escreve. O poeta é um ser intuitivo, que sensibiliza através das suas palavras, buscando a estética do belo e traduzindo de forma diferente, própria, a imagem que faz do Mundo e do Universo.
Portanto, quem entende a linguagem do poeta, jamais o associará a uma religião, por mais que fale em Deus, por mais que evoque Anjos e Arcanjos. A palavra vira música na sua voz e na alma de quem o compreende.
Há que se falar em engenharia sem ser engenheiro; há que se falar em amor, sem ser psicólogo; há que se falar das emoções humanas, sem ser psicanalista, e há que se falar da natureza sem ser ambientalista.
Apresento-vos o POETA. Jamais um divulgador de crenças e técnicas, mas um produtor de magia, onde as palavras representam a essência da alma humana, que busca vóos mais altos, para muito além das aparências, para muito além dos limites do pensamento concreto.
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