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cronicas-->Notícias do "Front" de guerra -- 18/01/2001 - 01:00 (Anizio Canola) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Conheço um frase que diz: "Todo homem verá uma guerra!".
Tinha boas razões para não crer nisso. Afinal, nasci logo após o término da II Guerra mundial, e as escaramuças posteriores acompanhei sempre a distància. Peguei em armas apenas para obter o certificado de reservista. Todavia, percebo agora que podemos ser envolvidos por diversos tipos de conflitos, ao longo da vida, com desfecho imprevisível. Mesmo porque, o ideal bélico preceitua a irrestrita defesa de interesses próprios.
Talvez por essa razão acho-me aturdido nesta frente de batalha, buscando um inimigo semelhante a mim, sobre um perigoso campo minado.
Quem me garante que sairei vitorioso desta trincheira, se cada momento de suspense parece ser o derradeiro? Sirvo de exemplo a outros que me seguirem. Embora isso agora não seja nada encorajador. Fica bem lutar por algo ou por alguém. O restante é puramente subjetivo...
Enganei-me, ao imaginar as guerras modernas acionadas por computadores e painéis coloridos. Provocando fácil devastação dos beligerantes. Utilizam-se ainda armas convencionais, numa obrigação ingrata de matar para não perecer em mãos do inimigo. Prevalecendo sempre a vitória do ideal colimado. As perdas não passam de simples contingências, embutidas no cenário hostil.
Não poder voltar já para casa me esmaga. Lembro-me da minha querida, que ficou distante daqui. Solitária naquela praia grande. Sinto imensa vontade de chorar. Aliás, nesta loucura, tanto faz rir ou debulhar-se em lágrimas. Ninguém percebe esses sentimentos mesmo. Pois não há tempo sequer para acudir os feridos.
Lamento profundamente o tempo gasto nesta batalha. Quando poderíamos estar juntos, felizes. Porém o regulamento impiedoso impede a nossa paz. Estas disputas criadas pelos homens, não consideram as razões do coração. Revolta-me, ao questionar se por acaso eu não puder retornar. Terá valido a pena acumular tanta ternura, sem possibilidade de consumi-la com a mulher da minha vida?
Aqui no "front", uma carta dela veio me dizer:
- "Amor,... saudades. Que posso escrever a você? Só: TE AMO. Sabe que a sua confiança no amanhã, na vida, em mim, no meu amor por você está conseguindo fazer com que eu também tenha esta força interior? Tenho meu ´Deusinho´, lembra-se? E, agora, tenho VOCÊ. Adoro esse seu ´tiquinho´:- Ah! Como é bom... Adoro você, amo você, quero você... Preciso de você. Quero respirar o ar que você respira. Sorrir para as pessoas que você sorri. Conversar com quem você conversa. Gostar do que você gosta. Escrever cronicas com você. Ouvir seus programas radiofónicos e vibrar com as pessoas que lhe elogiam com sinceridade. Reconheceria a todos, e com muitos de seus amigos e você, seria a boêmia que sou. E... te amaria sempre, como te amo... Aline, simplesmente Aline".
Ah, que lindo! Mas não sei se receberei outras cartinhas. O estafeta foi abatido durante um bombardeio, ontem, e as missivas talvez não venham mais. Os oficiais utilizam o rádio, que só serve para comunicados de guerra. Amor não importa aqui. Sequer tem salvo conduto. Não se fala de amor. Só há interesse em ganhar a batalha. Ora, amor não importa para os senhores da guerra. Mas eu ainda hei de regressar vivo, para continuar a vida com a minha amada, que também está sofrendo lá longe. Se Deus ajudar.
Preocupa-me, entretanto, o som ameaçador desses projéteis, que passam a todo instante sibilando sobre minha cabeça. Sei que um só deles pode abreviar esta história. Procurarei resistir até o fim. Se as guerras não acabam, muito menos acabará este amor, que é eterno. ===










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