NOSSA POESIA
A poesía que temos os dois
no silêncio do tempo
arrastada a esconderijos
para não ser sequestrada
sobrevive
guarda-se
e arrisca-se
cumpre a função mal acabada
de permitir a existência
atemporal
alucinada
talvez até
dilacerante
e malcriada.
Mas é com ela
às vezes tão ferida
e inconsequente
na obrigatória tentativa
de salvá-la
que suporto os estúpidos
absurdos do mundo (e respiro!)
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