Sobre minhas poesias.
Surpreende-me cada dia mais,
o fato de meus textos
em forma de poesia ou prosa,tornarem-se
uma composição em parceria
com cada um que lê o que escrevo
e tranforma, magicamente,
através desta leitura
os meus ecritos em algo
que não mais me pertence,
mas que torna-se meu e de alguém.
Alguém que desdobra a composição
num fenômeno de sentimentos novos:
além de que sonhei, senti,
viajei por abstrações,
valores e desejos
mas que a mim retornam
como uma carícia,
quando eu julgava
acabado o processo.
Parceiro íntimo e desconhecido.
Agradeço àqueles que me têm
lido e dado seu retorno,
pois novas poesias surgem deste processo.
Redescubro poesias minhas nos dizeres das pessoas que por elas passeiam, viajam ou simplesmente lançam-lhes um novo olhar ao, que para mim, já era mais que visto.
Normalmente, poesias que escrevo e
pelas quais tenho algum apreço
passam despercebidas
aos olhos dos outros,enquanto que outras,
antes não tão notadas por mim,
tornam-se bastante lidas e comentadas,
o que reforça a minha impressão
de que, após cada leitura
um poema se refaz sob os novos olhares
de emoções que, antes, não eram minhas.
Só a título de curiosidade,
porei um asterisco naquilo
que escrevo e gosto mais
e experimentarei o delicioso sabor
de mudar algumas concepções
retidas em mim pelo
que os leitores me fazem
descobrir lá de dentro... tão fundo,
tão difícil de dizer
Elane Tomich
janeiro de 2003 |