COMO UM RIO
Renato Ferraz
Poesia,
uma parte o poeta vive,
a outra ele cria.
Aquela que ele cria,
às vezes ainda a viverá.
Se a viver, será tão parecida
ou bem diferente,
pois nunca será igual
a que ele já viveu realmente.
Já a que ele viveu,
essa é um veio d’água
que aflora da mente.
Derrama-se a ideia,
que alguns a chamam de inspiração.
As palavras vêm à tona,
formam riachos de versos,
se unem em estrofes
para formarem um rio.
Assim nasce um poema
(alguns o chama de poesia),
que é um rio perene.
Um poema nunca secará.
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