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cronicas-->NO LABORATÓRIO -- 17/10/2007 - 16:13 (Lourdinha Biagioni) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:134315510653851500

NO LABORATÓRIO
* Lourdinha Biagioni


Paro no laboratório. Entrego o carro para o manobrista que me sorri e pergunto o nome dele, é Wanderley. Hoje quase todo mundo à toda, voando no piloto automático, apostando corrida com a vida... meio que saiu de moda dar atenção às pessoas ao redor. Alguns têm, inclusive, medo.
Medo do outro, medo de `um ninguém` que não conhece e não conhecerá jamais.
Entro, pego a senha, sento para esperar ao lado de um senhor de idade. Ele e sua história de vida - para ele tão importante quanto a sua para você e a minha para mim. E o mundo rodando lá fora. O calor da tarde, o abafado no meu peito, preocupação dentro de mim: `o que pode dar este exame?`
O tempo passando e uma mulher impaciente segurando uns envelopes, vai prá lá, vem prá cá, parece ser a filha do senhor de idade. Me vem à mente a frase...
"Afasta-se da muher rixosa e iracunda". (E penso numa política catarinense que sempre me lembra uma onça. O pensamento e suas àncoras, uma coisa estranha.. A idade não tem contemplação. Chega uma hora cada um vai dar um tipo de `teco`. O corpo falha, pior quando a cabeça também. E a irritação e o desamor da moça me perguntando - "será que eu cuidei bem, mesmo, da minha mãe?" - tomara que um tanto bom, agora nesta encarnação não dá mais para completar... amém, porque amorosa eu sou mas impaciente eu também era, ainda sou um pouco.
Percebo que o homem já não escuta muito mas, da cabeça parece bem e ligado no painel luminoso, espera que seu número acenda.
Din.. Dooom... 170 (1 + 7 + 0 = 8.....dá o número de Saturno = o tempo, o pai, deveres e lições), eu somo e ele pula rapidinho pela idade e vai para o guichê.

Não sei mais da filha dele.

Daqui a pouco eu vou entrar naquele corredor para o ultrasom.
Estou só e acompanhada de imensa saudade, querendo ser criança,
querendo meu pai e minha mãe.

Lourdinha Biagioni®
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