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Contos-->PERDIDOS NA ILHA -- 26/05/2017 - 15:28 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




 
















A lua banhava de luz prateada a imensidão do mar. As ondas quebravam lentas e esbranquiçadas na praia. Os náufragos atingiram a praia, e alcançaram a ilha, uma ilha deserta.


A ilha compartilha seus mistérios. Mostra uma caverna e logo a maré alta esconde a porta de entrada. Depois vasa. E eis a porta, novamente, escancarada.
— Como sair daqui?
Daniel refazia,  no silêncio de seu coração,  a conversa recente que tivera com Ravenala sobre morar numa ilha.
— Eu não conseguiria viver por mais tempo longe do conforto da cidade — dissera ela.
Esse sentimento também ocupava sua alma, mas ele nada dizia. Afinal, continuavam numa ilha.
Daniel aproxima-se.
 Ravenala, estaca. Temerosa.
— Venha!
— E se a maré subir?
— Não vai acontecer agora.
Entraram.
O primeiro salão tinha um lago repleto de peixes: cento e cinquenta e seis espécies diferentes. Daniel  e Ravenala passaram esgueirando-se entre o paredão e o abismo. Outra sala adiante os esperava. Vazia. De suas paredes, escorria água. Pouca.
— É potável — disse Daniel com a mão em concha sobre a boca.
O mar avança. Bramindo. A maré  sobe, depois recua como um jacaré que vem à margem e volta arrastando as partas. Relutante. Insiste a maré, e avança novamente.
— A porta ainda está aberta. Vamos correr!
A maré lança na praia alimento em fartura e expõe muitas espécies de seres vivos comestíveis. Aves marinhas fazem a festa, e se fartam e divertem os espectadores com acrobacias espetaculares. Estariam elas surpresas com a presença de humanos? Manifestavam satisfação com a presença de visitantes, ou o ritual fazia parte de seu cotidiano? ‘Na vida animal, viver é lutar.’ — pensou Daniel.
— A praia esta limpa, varrida e lambida pelas ondas.
— As ondas beijam a areia, e a lua beija o mar.
— Fico contente que evoques Casemiro. Mas não vejo lua, vejo sol! 
— Prometo, à noitinha, colocar a lua debaixo de teus pés.
— Doce luar. Tenho medo de afogar-me no mel desta lua.
Riram.
Ela pensou  em dizer: ‘Tu és o Sol. Eu sou a lua. Mas, segundo a lenda, o sol e a lua nunca se encontram’.
— Vamos apostar corrida?
— Pode não ser bom para o bebê.
-- Façamos uma caminhada.

Daniel estava  cinco passos à frente de Ravenala. Ela pisava sobre o rastro dele deixando uma só pegada.

***
Adalberto Lima, fragmento de Estrela que o vento soprou.
Imagem: Internet









 








Enviado por Adalberto Lima em 26/05/2017
Reeditado em 26/05/2017









 


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