Não vejo barcas no cais
garrafas no mar
mensagem do lar.
Vejo o farol do porto
o mesmo que me guiou, me ancorou
e fez degelar meus olhos
No cais, a lâmina da vida
é muito fina, não é vista
é sentida,
cortando o peito
matando de saudade
aqueles que há tanto...
Viajaram.
O vento que sopra no cais
notícias não trás
Emite o meu choro
e em garrafas me desfaço
como um corpo vazio
Malditos navios,
que um dia partiram e
me fizeram ver
que do outro lado do mar,
existia vida.
E eu até então
não à conhecia.
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