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Artigos-->Cotidianos -- 07/03/2003 - 09:39 (Maria Abília de Andrade Pacheco) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tocou o telefone, e estamos num quase pé-de-guerra. Nossos sonhos, os primeiros a se pulverizar, quase atmosfera somos, de tão nada – invisíveis e inquietos, sonâmbulos caminhantes desgovernados em dia de tempestade. Salvos pelo quase, tantas vezes, amparados pelo se, e agora. Quantas vezes me deixei consolar pelo outdoor que falava em tarô de estrelas. Um presságio, eu sempre adivinhava, e erguia a cabeça como se nada soubesse, procurando na bolsa aquela verdade máxima - de relida, agora interpretada. Mas o que é isso, se a hora é de trovões raios relâmpagos? Sem essa de querer resumir acontecimentos a frases feitas, de querer empurrar provérbios goela abaixo. Salve-se quem puder e quiser – teve um que abriu os braços e derreteu-se em soda cáustica: vende-se uma alma, gritava o letreiro para um teatro vazio, avisando a sua maneira, a dor daquele suicídio. Mas ninguém se tocou. Parecia até escritor usineiro, lendo-se e relendo-se, sem dar clique a ninguém: oi poemeu - ao vento dos e-mails que nunca vêm. Pelo menos agora vejo uma lanterna acesa nas quinas das esquinas - brincos orelhas, favos doces da miséria, favela. Fácil fazer alguém feliz. Tapinha de luva fina na crina. Sem o halo astigmático, sombras inflam e transfiguram ícones de bem-formados marfins em flor papoula de riso deflorado. Este sabe rir bem, tem jeito pra coisa, entende. Ontem me ligou. Descobriu meu nome número endereço numa caixa velha de sapatos novos que nunca foram usados porque não couberam seus calos. Me disse coisas para matar na unha, eu sei. Podia muito bem ter pulado essa parte. Só respondi: ligou com um atraso de pelo menos quinze anos, aquela lá já morreu, esta outra nem eu sei. Senti bafio de orgulho frito no ar, mais porque ele nunca entende nada do que eu falo penso (até parece que galo frego). Desliga implacável o telefone. Agora sim, está sendo honesto. Mas se quer deixar pista, é sinal de que capitulou. Sempre quando perde, gosta de badalar sinos de derrotado. Para dizer que perde, mas com honra. De pé atirando e levando bala.

Mas, afinal, não ficou melhor assim? Tudo muito mais claro? Reticências se mata é deletando os dois pontos a mais no rabo. Com o finco de um ponto de exclamação no cóccix.

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