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Humor-->Aventura no Supermercado -- 27/10/2001 - 22:58 (IZABEL ROSA CORREA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Olho para eles e disfarço o riso. O homem tem um rosto bonito, a barba por fazer, os olhos verdes, porte alto. Vocês vão me dizer rir de quê se ele tem porte de galã? Esperem, eu não terminei. As roupas são breguíssimas. Um colete xadrez sobre a camisa azul clara e as calças largas demais. Ela é comprida, os cabelos presos em um coque desmanchado, os olhos atrás das lentes e o andar. O mais engraçado nela era o andar. As pernas compridas na saia ainda mais comprida balançavam o corpo magro num bamboleio de girafa. Eram diferentes. Pareciam gente do interior. Ah! Tinha a menina, também. O cabelo de dez anos em uma única trança, feliz balançada para todos os lados. Também de saia. Xadrez como o colete do pai. O que tenho a ver com eles? Nada. Só estavam no supermercado procurando fósforos enquanto eu comprava amendoim. Mas procuravam os tais fósforos de uma forma tão espalhafatosa e barulhenta, que ninguém podia deixar de percebê-los. A moça do suco ( Aproveite, suco natural com soja em promoção) não tinha nem idéia. “Não sou funcionária do supermercado”. Ah bom! Mas porque esse uniformezinho então? Isso não. Ouvir retalhos de conversas eu gosto, mas às explicações da moça do suco eu fugi.
Fazer compras no mercado é tedioso. Com tanta tecnologia e temos que ficar empurrando carrinho para cá e para lá, desviando da criança que brinca de lixeiro e quer subir na rodinha dos carrinhos em movimento, das trombadas dos distraídos. Mas o que eu acho que carrinho de supermercado devia ter era um dispositivo-automático-organizacional. O que é isso? Ora, acho que você nunca fez compras em supermercados cheios. Bem, pelo menos você nunca fez compras comigo. Na metade da compra, o meu carrinho já é um caos total. Pães estão amassados pelas batatas, caixas de sucos estão amassadas pelas bananas. Alfaces então, são minhas vítimas preferidas. Sempre tenho que trocá-las no final das compras. Eu sei, eu sei que num país como o nosso ter dinheiro para ir ao supermercado já é o máximo e nem fica politicamente correto ficar reclamando de coisas tão banais. Oh! Meu Deus não consigo ser profunda em cem por cento do tempo. Deixe-me ser fútil hoje e reclamar de coisas tolas.
Após vencer a maratona de proteção às alfaces desamparadas e ao comitê de ajuda aos pães-quase-amassados, saí do mercado. No estacionamento procuro o cartão. Onde o coloquei? Na bolsa não está. Quem sabe embaixo do banco do carro? Também não. Alguém atrás de mim aperta a buzina com vontade, pois estou no meio da saída atrapalhando-o. Arranco e paro num lugar melhor. E agora? Não vão me deixar sair com o carro. Bem tenho os documentos para provar que é meu. Ih! Provo nada, ainda não transferi de nome. Onde está o maldito cartão? Bem tenho cara de honesta vão me deixar passar. E o que eu iria fazer se sumisse com um cartão de estacionamento se o levasse embora de propósito? Nada. Nada é? E se eu voltasse outro dia e dissesse que meu carro tinha sumido. Humm! Eu aproveitava para dizer que era do ano, vermelho e com pneus rebaixados? Pára de divagar e procura o cartão. Ninguém iria cair numa tolice dessas e não vão me deixar sair nem hoje. Se o pessoal do interior me visse agora, eles é estariam rindo de mim, feito barata-tonta procurando prá todo lado.
Afinal eu encontro o danado. Escondidinho dentro do talão de cheques!!
Acho que vou precisar além do dispositivo-automático-organizacional para carrinhos de supermercado, de um cartão de estacionamento com exclusivo bip-localizador.
Bem, por hoje eu sobrevivi sem esses equipamentos. Semana que vem tem mais.

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