Sou da terra das nuvens, vim da tribo do abraço, meu peito é de aço, mas meu coração é de papel, meu planeta é o dos girassóis que pingam mel, minha terra tem palmeiras e por lá já não precisamos mais de espelhos, pois nossa face pode ficar perdida em algum deles.
Minhas mãos dão vida às palavras que talvez fossem perpétuas em meu pensamento,dou graças a elas por me salvar do ostracismo e da obscuridade, a destra apóia e a canhota constrói meus sonhos, o pensamento é o trem e as mãos seus vagões.
No meu país os paraísos não são artificiais, nossas casas são o refúgio contra a solidão, as meninas tem cabelos encaracolados em cachos negros e os meninos os olhos da cor de jabuticaba, os adultos são Ícaros de sonho realizado,somos como uma nação de anjos com a espada da eternidade nas mãos.
No meu mundo o rio ama a sua água e as arvores as suas folhas, meu povo tem a voz rouca própria das divas, as bruxas que por lá chegaram fadas viraram, lá sou amigo do rei e a minha alma é que comanda meu corpo, nossos corações são partidos em pedaços que damos de presente aos amores de nossas vidas, lá somos todos diferentes mais iguais na forma de amar, falamos a mesma língua, a “proesia”, a soma de poesia com a prosa, por isso somos todos “proetas”.