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Cronicas-->Pernalonga embaraçado -- 14/11/2007 - 16:57 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PERNALONGA EMBARAÇADO

Ternuma Regional Brasília

Pelo General-de-Divisão Murillo Neves Tavares da Silva

Acabo de ver em telejornal o nelson Pernalonga jobim dizer que os passageiros deverão ter problemas nos aeroportos no próximo feriadão. Se não estou enganado, ele mesmo - o camuflado cenográfico - havia feito uma previsão pessimista para as férias e falado em normalização só lá para março. Há poucos dias, outro senhor de sua equipe recomendava que os usuários da aviação comercial evitassem os horários e os dias de pico nessas ocasiões de fins de semana mais longos; chegou a sugerir que as pessoas voltassem para suas cidades de origem somente na segunda-feira, prolongando assim a malandragem conhecida como "enforcamento". Ora, a ANAC, agora, está sob total influência do Ministério da Defesa, com pessoas da mais absoluta confiança do titular da pasta à frente de seus destinos. Por que, então, não são resolvidos os problemas que eram imputados à incompetência do Sr Zuanazzi e do time de apadrinhados de D. Dilma Roussef? Se eles não eram competentes e foram exonerados, infere-se que os recentemente nomeados são competentes e, como tal, aptos a resolver os impasses e as pendências. Serão necessários tantos meses para demonstrar essa competência?

O que me surpreendeu mais ainda foi o tom de voz moderado com que o ministro - que ainda não conseguiu aumentar o espaço entre as poltronas das aeronaves da aviação civil - disse que não temos uma estrutura confiável ou adequada nos nossos aeroportos. Contrastava sua fala mansa com a fanfarronada de sua posse, quando quase agrediu os comandantes militares com uma arrogància digna de um fraudador confesso de constituição. Aos poucos ele, que não entende nada de aviação (o Sr. Zuanazzi, em sua despedida do cargo, foi enfático quanto a isso), vai vendo que não se comanda no grito, nem no estilo "domador de urso" (subiu no banquinho, ganha docinho; não subiu, leva chicotada). Se não se comanda, muito menos se consegue liderar. Liderança, alguém precisa dizer a ele e aos que trouxe para o ministério, é alcançada quando a competência se alia ao exemplo e à capacidade de motivar subordinados com atitudes corretas. Não é só fantasiar-se de guerreiro de selva. Nem premiar com polpudos cargos de DAS alguns apaniguados ou indicados por partidos políticos, com vistas à pavimentação de uma candidatura a qualquer coisa.

Preocupa-me ver esse senhor à frente de um setor tão importante de governo, porque não confio em suas atitudes. Há poucos dias, li que há estudos para modificação do Estatuto dos Militares, com vistas ao emprego das Forças Armadas em ações de segurança pública. Dizia a notícia que é preciso dar um instrumento legal para que essa intervenção seja possível. Já há instrumentos legais e neles são previstas as circunstàncias de emprego. Emprego que só será feito em condições excepcionais, porque para as condições normais existem organismos estaduais com missões bem definidas. Por que aventar a idéia de criação de outros instrumentos? Será que é para atendimento de reinvidicações de governadores de seu partido, como, por exemplo, o do Rio de Janeiro, em prejuízo da integridade da missão secular dos militares federais? Que os chefes militares da mais alta hierarquia meditem no que está sendo (será) proposto. Esses balões de ensaio são comuns entre políticos e é preciso estar preparado para quando eles forem alçados.

Por que digo que não confio nas atitudes desse senhor? Porque elas parecem ser uma coisa, mas, no fundo, são outra. Recentemente, referindo-se à remuneração dos militares federais, ele disse que não queria comparações e trataria de negociar com o Ministro do Planejamento e com o da Fazenda em bases diferentes das até então adotadas. O que não disse, no entanto, é que estudo realizado pelo competente Gen Synésio Scofano Fernandes, que saiu do ministério quando viu que suas idéias não seriam levadas em consideração, mostrava enormes diferenças entre servidores federais pagos pelo mesmo erário. Daí sua aversão às comparações, certamente motivada por sua incapacidade ou sua acomodada prudência em não levar ao Presidente da República o desleal tratamento dado aos militares das três forças. Quem desejar inteirar-se do trabalho do Gen Synésio deve entrar no site www.ternuma.com.br e procurar o artigo " A Comparação Esclarecedora". O não querer comparações não vem da presumida capacidade do falastrão de concluir por si mesmo, como parecia emanar de suas palavras para a imprensa, mas da covardia de não querer conhecê-las para não ter que enfrentá-las.

Se não conseguir resolver os problemas da pasta da Defesa, como todos os seus antecessores não conseguiram, o Pernalonga ficará embaraçado, seus planos de presidir a república podem ir por água abaixo e só lhe restarão o consolo e a alegria de ter sido "general" por um dia. Sonho inconfessado de muitos políticos...


Brasília, DF, 12 de novembro de 2007.


Autorizada a impressão, a divulgação e a reprodução, desde que conservado o nome do autor.





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