21 usuários online |
| |
|
Poesias-->Dores, calafrios e uma lição -- 16/06/2001 - 04:09 (Diogo Luiz de S. B. F. Lima) |
|
|
| |
Calafrios, apenas o prenúncio
Do ataque do orgão do medo
Ele me pegou, me deixou fraco
Me fez sentir como morrer
Quando não se consegue funcionar
A paixão é auto-paixão
O amor é quase humor
E a vontade é de voltar a ter vontades
É a agonia que te toma, que te empurra
Que te joga e que te larga
E se não há ninguém para te puxar
E te dar um pouco de fôlego
Você quer desaparecer
Por completo
Você se enfia dentro do corpo
Viaja por ele
Decepciona-se com ele
Não há dinheiro
Não há tesão
Não há sorte
Apenas o amor salva a alma e o corpo
Você vê um mundo de horrores
Os carros, as pessoas, os ruídos
As paranónias, tudo parece tão irrelevante
Sentar dói, deitar dói, ficar em pé mais ainda
O casaco é tudo que se vê
E quando você finalmente volta
Lerdo e dopado
A veia te arde um pouco
Você olha ao redor
Percebe os carros, as pessoas, os ruídos
E até deixa as paranóias de lado
Para admitir que longe daquele inferno
Existe um recanto confortante
Onde você pode deitar e dormir
É a morte instantânea, talvez momentânea
Do sol negro da melancolia
O mundo ternamente te sorri
Te mostrando o teu tamanho, sem dó
Te dizendo na cara para seguir em frente
E tentar fazer melhor
Assasinar a conivência com o orgulho
Com o egoísmo, com a inveja, com as hostilidades
E os demais sentimentos(?) fétidos
Aos quais nos penduramos
A dor e o sofrimento são a salvação
Os parâmetros, o ponto de partida
Para a valorização
Da preciosidade do amor
|
|