Trago dentro de mim
um homem coletivo que me traga
que me suga, que me domina.
Enquanto isso, tímido no seu canto,
o homem individual procura
encanto em retalhos do cotidiano.
Assim, sinto-me humano diante
da injustiça, da prepotência, da arrogância,
do fanatismo, da vaidade, da indiferença.
Mas dou meus tropeços diante
do folguedo compartilhado, do tempo oferecido,
do instante memorável, da alegria fugaz.
Canto então para ninar o homem coletivo
porque assim o homem individual
consegue subir as escadas e atinge
o mirante da existência terrena,
de onde se vê que cada cena
de nossa vida diária contribui
para a evolução da nossa personalidade. |
