Toda vez que pensamos, exteriorizamos o pensamento através de movimentos mínimos, involuntários e inconscientes de nosso corpo. Qualquer pensamento reflete-se na pele, por exemplo. Ao menos inconscientemente, todos somos capazes de perceber aqueles movimentos. Mas, se os percebemos, não podemos conhecer os pensamentos mesmo?
Uma das formas de captação desses mínimos movimentos é o contato corporal. Nem todos são captados por contato. Alguns o são através da visão, audição, juntamente com o contato. Nem todos são percebidos pelo consciente. Muitos permanecem no inconsciente.
Quando fala dessa forma de captação dos sinais, o padre Oscar Quevedo realiza demonstrações por ele humildemente classificadas como folclore. Numa delas, estando de costas para a platéia, ele pede que dois desconhecidos espectadores encenem um ato: um finge matar o outro e esconde a arma. O padre, que nada viu, pede que outro desconhecido assistente ofereça-se para ajudá-lo a encontrar o assassino, a vítima e a arma. Segura a mão do colaborador e, à frente dele (para não ser conduzido), dirige-se aos lugares na grande pláteia (em geral distantes um do outro para dificultar a operação) onde estão quem matou, quem morreu e a arma utilizada. Então é aplaudido, porque acertou.
O sucesso da busca baseia-se na interpretação certa dos movimentos involuntários, inconscientes e mínimos, correspondentes aos pensamentos do colaborador (que sabia onde estava o que se procurava), cuja mão o padre manteve segura. Os colaboradores sempre garantem que nada indicaram. Mas sem que o desejassem, indicaram.
É claro que essa demonstração do padre Oscar Quevedo não é um fenômeno parapsicológico. Ele não é um sensitivo, nem deseja sê-lo. O padre tem a técnica e o treino para perceber os sinais que o colaborador sem querer lhe vai passando. Algumas pessoas, porém, sem técnica e sem treino, percebem os sinais por meio do contato corporal e interpretam o pensamento que os provocou. Isso acontece porque naquele momento a percepção inconsciente dos sinais aflorou no consciente dessas pessoas. É o fenômeno parapsicológico de adivinhação do pensamento através do contato corporal. Chama-se cumberlandismo. O nome vem de Stuart Cumberland, talvez o primeiro que o descobriu e estudou.
A possibilidade de captação dos sinais ou reflexos através do contato corporal pode dar preciosas indicações aos médiuns espíritas quando estão na hipersensibilidade do transe. A corrente que os participantes fazem em algumas sessões seria o veículo pelo qual um deles passaria ao inconsciente do médium as idéias que ele deve comunicar.