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cronicas-->Os termos da igualdade -- 20/01/2001 - 23:47 (Erbon Elbsocaierbe de Araújo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O quê entre um e outro imprime as diferenças?
Sob as vestes somos todos iguais. Tirem-nos a pintura das faces, e o que nos cobre de orgulho e vaidade, méritos e adornos, o que quer que seja máscara ou fantasia, e veremos a real semelhança entre nós.
Certa vez deparei-me, dentre tantos em volta, com um retrato vivo da miséria humana - objeto e efeito -, um pobre diabo. Um simulacro de gente, um esboço de figura humana, das que vez e outra é resgatada de um fundo de poço - ele estava no fundo do poço - de lama e sangue misturados.
Aquele que tudo levava a crer tratar-se de um pedinte ou o que quer que era indigente, um perdido, fora encontrado por um piedoso e levado ao pronto socorro mais próximo.
Coube-me a vez de realizar o atendimento. Alguém despiedadamente desferiu-lhe um profundo golpe, e quase mortal. A esvair-se em sangue - ele tinha sangue nas veias, e era o que o unia aos demais ali presentes - em silêncio permanecia, quieto, como ua presa acuada ou um réu já condenado. Há na essência das desgraças um quê de resgate dalguma dívida contraída, ou crime cometido. Para os que assim aceitam a fatalidade, o silêncio; a resignação.
Levado à sala de operação, higienizado, pouco e pouco, naquele instante, operava-se a transfiguração. No olhar sereno e lànguido algo de humano se nos apresentava.
Todo aquele aparato, peculiar às salas de cirurgias, tudo apesar de estranho não o abalava. Nada em sua fisionomia mostrava algum temor. Não havia fala, nem gestos, nem tremia. Tudo nele era indiferença, mas algo saltava às vistas e sobrepujava tudo em volta: o pulsar da vida - ali, um coração presente, e onipresente.
Como os que buscam água e encontram buscam água e encontram fui buscando respostas e as encontrei.
Por que tanta diferença há entre os seres?
Molde-se uma figura de homem num bolão de sujeira e tem-se o fiel retrato da miséria humana.
Aos poucos eu me via naquele ser, que no início, bem de perto, não se nos mostrava, se quer de longe, ser parente da criação. Mas que, ao decorrer das horas, transfigurava-se. Durante o ato cirúrgico, tudo era manifestação de vida - o que se via e o mais o que não se podia ver - trilhões de células que pulsavam como o sol e as outras estrelas. O que quer que era que movia aquilo tudo estava ali, e estava em mim, e em tudo, e em todos. Não havia diferenças.
A criação é perfeita. À parte dela, os nossos genes satànicos que nos tornam animais violentos, lascivos, arrogantes, torpes, imundos, predadores e velhacos.
Ao final, todos somos iguais.
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