Foi por acaso que vi, lá no começo dos anos noventa, numa revista que minha filha comprou, a atração do momento: a dieta dos pontos. Imediatamente fiquei interessada.
Além de trazer assunto que poucos conheciam, a matéria estava bem apresentada, cheia de números coloridos ao lado dos alimentos que normalmente consumimos. E aqueles para momentos de festa, passando por pizzas, xis-bacons, big-macs, barras de chocolate e até brigadeiros. O doutor Alfredo Halpern, aquele mesmo que me havia recomendado a prática da sopa de tomate, explicava que agora podíamos selecionar o que comer contando pontos. Na verdade eles equivaliam aproximadamente ao valor calórico de cada porção, numa determinada continha, mas ficava mais fácil assim. Conforme a categoria - homem, mulher ou criança - se quiséssemos emagrecer, não devíamos ultrapassar um determinado número de pontos por dia. O emagrecimento não seria rápido, mas duradouro.
Tratei de copiar a tabela e selecionei o que estou acostumada a ingerir. Iniciei o regime. Nos primeiros dias sentava-me à mesa com a lista ao lado. Acabada a refeição, tentava memorizar os pontos consumidos. Ao final do dia, porém, não tinha mais certeza de que a soma estava certa (sempre fui péssima em matemática). Achei mais prudente escrever tudo.
E andava com o caderninho na bolsa. Como almoçava no colégio e fazia anotações, os colegas perceberam. Todo mundo queria saber do que se tratava e logo várias amigas se juntaram a mim.
Depois que a notícia se espalhou, vinha gente de todo lado querendo saber como funcionava aquela dieta. Na cantina me perguntavam: quanto vale isto? E aquilo?... Em pouco tempo me tornei "especialista" no assunto. Até mães de alunos vinham atrás de mim na hora da saída. Em terra de cego, quem tem olho é rei.
Essa inesperada reação foi importante. Além do incentivo psicológico, eu não podia fraquejar. Fiquei animada. Já imaginou se não emagrecesse?