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cronicas-->As loucuras do vovó analfabeto -- 20/11/2007 - 11:03 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As loucuras do vovó analfabeto

Fernando Zocca

O tempo passa, meu amigo, e nós ficamos cada vez mais lelés. Sabe quando já não conseguimos participar de uma reunião sem dar aqueles foras homéricos e reperguntamos amiúde algo que não tem nada a ver com os assuntos em questão?
Pois é... esse é o tempo também no qual que já não nos lembramos mais do que fizemos, do que pagamos e também do que recebemos. É o tempo da... digamos, memória fraca, dos esquecimentos, dos enganos.
Se por ventura todos os circundantes familiares também estiverem na mesma faixa etária e gozarem da mesma sorte, a confusão será espantosa.
Pois não é que podemos julgar não ter recebido essa ou aquela conta, quando estaria na verdade, nosso suposto "devedor", esperando o troco?
É muito comum isso. Parece que tudo fica confuso; sentimos medo de perguntar algo, pois a resposta pode ser uma reprimenda tipo: "Já falamos isso. Não tem nada a ver. Presta atenção na conversa!"
A senilidade, a vetustez, a decomposição, a fraqueza intelectual surgida com a velhice costuma levar muita gente boa a equívocos danosos.
E olha que isso não tem remédio!
Um dos sinais de que o bicho papão vem chegando é o não lembrarmos de, por exemplo, quando saímos de casa, se fechamos ou não o portão.
Às vezes, está tudo tão embaçado, que no meio do caminho, nos esquecemos até de onde estávamos indo.
Causa estranheza quando nosso amigo velho se aproxima e, dizendo desejar pagar aquela conta primitiva, nos entrega duas notas de R$ 100. A dúvida brota por conta da consciência de não nos dever nada o velhote companheiro.
O pior não é isso. O pior mesmo ocorre quando o vovozinho insiste na existência de uma dívida que já esqueceu estar quitada. Ele pode ter tanta convicção disso que levará muitos ingênuos a crerem na balela por ele espalhada.
Se o vetusto tiver boa renda mensal será provável que as lesões financeiras provocadas por afilhados perversos ou mal-intencionados não lhe causem tanto infortúnio a ponto de leva-lo à penúria extrema ou à mendicància.
É nesse momento da existência em que começamos a trocar as letras, aliás, não só as letras, troca-se tudo em decorrência da ensurdecência e cegamento.
A tristeza pode chegar pedindo pra ficar e se não esquecemos as sandices mexendo logo o corpanzil, a ferrugem imobilizante apressará nossa condução ao geriatra.
A demência é uma síndrome progressiva causada por fatores orgànicos e pode chegar antes para os analfabetos bem carentes de conhecimento.
A leitura é ação que pode retardar a loucura dos velhos. Por isso, antes tarde do que nunca, vamos aprender a ler vovó!
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