À medida em que, , mesmo sem o apoio majoritário da sociedade internacional, um conflito entre a coalisão liderada pelos Estados Unidos contra o regime do ditador iraquiano Saddam Husseim se torna mais provável, todos se perguntam o verdadeiro motivo da guerra. Muitos dizem que o real objetivo do presidente norte-americano George Bush é se apossar da ainda inexplorada reserva de petróleo existente no subsolo iraquiano. O governo ianque nega.
A versão da Casa Branca diz que a batalha é necessária para livrar o povo iraquano de um sanguinário ditador. Um tirano que mata seus opositores, mantém a imprenssa numa espécie de prisão intelectual e deixa seu povo morrer de fome lentamente. Esse seria, sem dúvida alguma, um motivo perfeito para dar início a um confronto bélico. Me pergunto, no entanto, porque agora.
Saddam Husseim, nascido no interior do Iraque e vindo de uma família de fazendeiros pobres, está no poder de seu país desde o final da década de 70, quando por meio de um golpe chegou ao posto de presidente do Iraque. Já nos primeiros anos, inúmeras atrocidades foram cometidas contra aqueles que se opunham ao seu regime. Os Estados Unidos sabiam de tudo. Então porque agora?
Na guerra contra o Irã, o governo norte-americano apoiou o mesmo ditador que agora diz ser o maior perigo à America. (Reparem que em seus discursos o presidente Bush sempre e refere à America, e não ao mundo: “Saddam é um pergio ao povo norte-americano...”). Foram os Estados Unidos que deram a matéria-prima de armas químicas e biológicas que supostamente o Iraque esconde. Além disso, todos tinham conhecimento que em 1988 cerca de 5 mil civis da etnia curda foram mortos em consequência do ataque de armas de gás venenoso, sob o comando de Saddam. Então porque somente agora?
A cada dia fico mais convincente que o verdadeiro motivo desta guerra é mesmo o petróleo iraquano. Os EUA importam cerca de 55% do petróleo utilizado em seu território, em 2020 esse número deverá chegar a 65%. Com a economia dos Estados Unidos enfrentando uma das piores crises dos últimos anos, ficaria muito mais fácil gastar alguns bilhões de dólares em um confronto contra um país mais fraco militarmente do que gastar trilhões com a importação de petróleo nos anos seguintes.
