Dudu, Lalau e, o Bacalhau.
Esta é uma história que ocorreu no cais de Santos, há muitos anos passados. Muito tempo depois da fase dos ataques piratas à cidade e um pouco antes, do derradeiro e massacrante ataque corsário.
Neste período intermediário, todos os atos de pirataria, eram de pequena monta e geralmente, praticados contra as tripulações dos navios.
No porto verdadeiramente dito, ocorriam pequenos furtos e isso, esporadicamente. O trabalho da Guarda Portuária, nesse tempo, era muito eficiente.
E foi nesse período que ocorreu a história do bacalhau. Até hoje, não se sabe se o transportador trabalhava no porto ou era alguém estranho ao meio profissional.
Noite fria, umedecida por uma garoa fina e inconstante, quase que uma bruma, que não obrigou a paralisação dos operações portuárias.
Quatro horas da madrugada, vai saindo o pessoal, após o término do período noturno. Vão eles passando, um a um, no corredor estreito, entre a grade onde se apoiava o Guarda Portuário e a parede interna da guarita.
-Boa noite !
-Boas !
-Até amanhã !
-Até !... Ei, cunhado ! Volte aqui, faça o favor
"Cunhado" era o termo usual de tratamento quando não se sabia o nome do outro. E, o "faça o favor", fazia parte da educação mesmo na área do porto e partindo do Guarda de serviço que desconfiara de alguma coisa errada.
-O que houve parceiro ? - diz o sujeito que havia sido chamado. Já voltando em direção ao posto fiscal, na maior sem-cerimónia.
Ele apenas adentrou o local, o responsável pela segurança, pondo-lhe as mãos sobre os ombros, puxa de dentro de sua capa, um bacalhau cujo rabo estava aparecendo acima da gola, em suas costas, por dentro da vestimenta. (Estava escondido, enfiado dentro das calças, debaixo da capa de chuva).
-Que negócio é esse aqui ? Ah, um bacalhau !
-Bacalhau ? Tira esse bicho daqui !
Com O Dudu e o Lalau a coisa se assemelha a esta história.
-Eu, hem ! Tira esse bicho daqui.
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