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cronicas-->A catedrática e o assédio moral -- 27/11/2007 - 11:30 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A catedrática e o assédio moral

Fernando Zocca

Logo que A.D. L., filho da herdeira L.Z.D.L, resolveu se casar tentou a sorte no comércio. Então ele e o futuro cunhado C. instalaram à rua Governador Pedro de Toledo, entre a Ipiranga e D. Pedro I, uma mercearia onde comerciariam queijos.
Com uma Kombi sairiam todas as madrugadas para colocar o produto nas feiras livres. E adivinhem quem ficaria no balcão durante o horário comercial?
Exatamente! Se você pensou em mim, acertou. Esse retardado que vos fala, cuidaria de atender aos possíveis interessados na aquisição dos queijos, salames e refrigerantes, naquela pujante casa nova comercial que surgia.
Acontece que os donos do local tinham certas crenças e atitudes que, ao contrário de inspirarem segurança, provocavam medo. Por exemplo: A.D.L. e C. mantinham imagem do demónio, com velas acesas, ao lado de uma das portas do balcão frigorífico.
De vez em quando, colocavam a estatueta, e suas velas, atrás da porta do banheiro. Mas isso não é mesmo muito esquisito?
Num dia claro, bem de manhãzinha, depois que o pessoal embarcou na Kombi e saiu, aguardei a entrada dos fregueses do dia. Mas ao ir ao banheiro vi ao lado daquela figura da coisa feia, uma lata preta de formecida Record. Como nem tinha idéia do que era aquilo, abri o vasilhame e pude perceber a cor rósea do produto. Deixei tudo quieto, no lugar em que estava.
Ao voltar para o balcão vi que uma pessoa negra entrava trazendo uma sacola onde já havia alguma coisa. O cidadão olhou os queijos expostos e, apontando um de cada vez, perguntava os preços.
Eu respondia conforme haviam me ensinado. Então a pessoa indicou um queixo com aspecto exuberante e disse que desejava 250 gramas.
Cortei a mercadoria, pesei-a, acertando a quantidade pedida, e embrulhei-a. Em seguida, o simpático cidadão sacando do bolso uma nota, para a qual eu não tinha troco, estendeu-me-a.
Abri a caixa registradora e confirmei-lhe não ter o troco para um valor tão alto. Mas pedi-lhe que me aguardasse por alguns momentos, pois iria ao vizinho solicitar a troca da cédula.
Discordando da minha diligência e, com muita calma naquela hora, o cidadão cortês, guardou no bolso seu dinheiro, pegou a sacola que jazia no chão e saiu agradecendo.
Pois quando M.C. desocupou o imóvel situado na esquina da rua Ipiranga com a Benjamim Constant, que lhe fora alugado por B.Z., e cujo contrato verbal de locação nascera na mesa dum boteco, logo em seguida mudaram para lá três irmãos negros.
Dois deles eram homens; um trabalhava na prefeitura coletando o lixo das ruas (naquele tempo a coleta não era feita por empresa terceirizada) e o outro mais folgado (o F.) não trabalhava. A terceira figura componente do núcleo era uma senhora que trabalhava como empregada doméstica de M.A. uma notória professora da ESALQ.
A catedrática, bem conhecida, era irmã de C.A., casado com I.Z.A. herdeira necessária dos bens deixados por J.C.Z., e, portanto, com algum interesse indireto na venda do imóvel ocupado por F.Z., D.B.Z. e seus filhos.
Um circuito de feedback interessante era então formado: M.C.A. seu primo R.D.L. em visitas ao nosso lar, colhiam material informativo comunicando-os aos pais, que transmitiam à M.A., que o repassava a empregada. Ela então, junto com os irmãos, devolvia-o sobre os muros, num mecanismo hoje, muito conhecido como assédio moral.
Não seria mais fácil ingressar em Juízo postulando um direito legítimo?
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