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cronicas-->O submarino na estufa -- 01/12/2007 - 10:40 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O submarino na estufa

Fernando Zocca

A fábrica de barcos dos irmãos A. contava com um vigia negro que permanecia nas dependências do estabelecimento durante as madrugadas.
Era comum, porém ver o funcionário, durante algumas noites quentes, a perambular defronte o prédio ouvindo um rádio a pilhas.
Nas madrugadas frias, o trabalhador vestia-se com um poncho preto e, sentado numa cadeira de madeira, perto da bomba de gasolina, fazia a molecada, que zoava ao redor, ouvir os sons da rádio PRD 6 Difusora.
Z.A., um senhor alto, de tez alva, olhos azuis e bastante ríspido, que gostava de colecionar curiós e canários, tendo-os distribuídos nas mais variadas gaiolas penduradas pelas paredes do salão frontal, tinha num cómodo da sua casa uma banheira.
Era daquelas primitivas e se não me confundo, no local onde havia aquele objeto, não existia nem chuveiro ou vaso sanitário.
Esse tal cómodo era fechado como as estufas ou galerias envidraçadas, nas quais se produzem temperaturas baixas para o cultivo de plantas de climas frios.
Em algumas tardes quentes, com o sol incidindo diretamente dentro do ambiente fechado, o efeito era bem interessante.
Era ali naquele cenário que C.A. filho do Z.A., que já demonstrava tendências homossexuais, nos convidava para ver a submersão do seu submarino.
O brinquedo era daqueles de dar corda, e navegava submerso para nosso espanto de babaca e satisfação de senhorio do adamado.
Com certeza o cómodo construído com aquelas características tinha por finalidade atender as exigências das prováveis experiências botànicas levadas a efeito pela catedrática M.A.
No círculo de amizades da professora, existiam milhares de mentes suscetíveis de receber noções indistinguíveis da calúnia difamatória. Seus interesses hereditários contrariados autorizavam-na a agir camuflada, oculta, pois que temerárias seriam, talvez, as investidas pelo Judiciário.
Como então explicar as urucubacas, que a semelhança de nevoeiros densos, obnubilavam nossas ações, se não fosse pela atuação dos ressentimentos e ódios destilados pelos preteridos na herança?
Num final de tarde encostou um caminhão enorme diante da loja da fábrica. Ele carregava um trator daqueles de esteira, pintado de amarelo e preto; naquele dia o caminhão levou mais dois botes verdes.
Semelhantes aos Ford modelo T do Henry Ford, produzidos na cor preta, os barcos feitos pelos irmãos A. eram todos também monocromáticos, mas a preferência era pela cor verde.
Não era raro, durante nossas incursões pela oficina, encontrarmos iates ali deixados para reparos, por ricaços, que os usavam nas águas do rio piracicaba.
Quem não conhece as histórias de um dos herdeiros de M.D., fundador da Metalúrgica D. da Vila Rezende?
As lendas contam que o industrial amiúde enchia seu iate com prostitutas, amigos e, com muito uísque, pinga, e cerveja, subia e descia o rio piracicaba fazendo as maiores festas.
Bom, mas isso, meus amigos, minhas amigas e senhoras donas de casa, já é assunto para outro ensejo.
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