Acordo com os ponteiros das horas fazendo amor. GOOD NIGTH.
Meu olhar esmaecido transpassa a barreira da lucidez, e o liquido sudorífero escorre na tez.
Vejo. Vejo a brisa noturna, gélida de pavor. Uma boca sorri. Uma voz me diz: já vou.
Já são 25 de maio. No Eixo Monumental um bólido azul metálico é alboroado por um pedestre displicente. O segundo fica inerte e o outro sai chispando rumo ao canteiro central.
São 26, 19 hs. O locutor anuncia que o Ministro da Defesa caiu. Outro; após aquele outro. Quando se ataca fica difícil defender o próprio património.
Chegaram 27. O "aríete oliva" teima em não ser vasalo da Águia. Rompe as sombras dos corredores, faz promessa utópica e joga farinha no ventilador. Tanques trafegam na rampa.
São 27, 23 hs. O telefone vermelho toca, uma voz suplica, outra diz: OH, I KNOW...
12 de setembro chega anunciando tragédias. O Presidente dá o veredito, um político foge pelas portas do fundo, outro, sorri de orelhas a orelhas. Pouco depois, alguém se afoga nos lábios da amante. Finalmente, uma ereção eleitoral.
Dezembro chegou após um outubro aguerrido. O "careca" é eleito. Sob o viaduto uma criança tremula o estandarte. As ruas transpiram erva de incenso. Os cachorros ladram. A comitiva marcha.
GOOD BY, SAYLON, VERY WELL.