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Cronicas-->FUTEBOL, CINEMA E GASOLINA CARA -- 28/01/2001 - 13:12 (José Renato Cação Cambraia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FUTEBOL, CINEMA E GASOLINA CARA

Finalmente está chegando o momento que muitos de nós, amantes do nobre esporte bretão, esperamos desde a metade do ano passado, quando terminamos até que tranquilamente a nossa última participação no Campeonato Paulista da Série A2. No próximo domingo, dia 4, começa mais uma vez nosso desespero, nossa angústia e indignações contra aquele centro-avante cabeçudo que perdeu aquele gol que até o Saci fazia, nossos gritos irados contra os reservas do time adversário e, principalmente, contra aquela figura tradicionalmente inimiga do torcedor, o pobre juiz de futebol. Não, não quero defender esse lúgubre personagem, responsável por tantos momentos de ódio irracional, pois todo mundo que vai ao estádio sabe que desde sempre nosso querido Azulão do Vale é insistentemente roubado, por mais que xinguemos e esperneemos na arquibancada. A não ser pelo excelente Sidrack Marinho, o melhor juiz do planeta (exceto em Bauru, onde não deve ser muito querido...), todos os outros juizes que passaram por aqui mereciam algumas sérias pauladas.
Sei que tem gente que não gosta ou até deseja intimamente que o E.C. Paraguaçense caia de divisão (ou que acabe duma vez), achando que é um absurdo uma cidade investir num time de futebol. É um pensamento no mínimo tacanho, pra não dizer burro, se considerarmos toda a propaganda grátis que nossa cidade ganha através do noticiário esportivo da TV Modelo e dos jornais regionais. E aparecer é fundamental para uma cidade que pretende ser um dia de fato Estància Turística. Na região, somos famosos por "aquele time encardido que não cai de jeito nenhum".
É uma alegria incomensurável termos essa diversão na nossa pacata (às vezes demais) cidade, pois acredito que o divertimento preferido do paraguaçuense no fim de semana (queimar combustíveis fósseis indiscriminadamente na avenida), está com tendência de queda, tendo em vista os altos preços da gasolina.
Eu, que detesto andar de carro, mas também evito andar a pé, ainda mais sob esse sol infernal que vem fazendo, prefiro as diversões onde eu possa ficar parado na sombra, como assistir TV, ler, ir ao cinema, ao glorioso Carlos Affini e, principalmente, comer (jogar futebol é um caso a parte: tenho uma preguiça incrível para andar uma quadra, mas se for pra jogar bola, corro horas seguidas, apesar de não passar de um meia (boca) perna-de-pau).
Domingo passado fui à vizinha Assis, que também continua pacata, apesar do ardente desejo de seus habitantes morarem numa cidade grande, a fim de ver o filme Corpo Fechado (Unbreakable), no cinema do "Shopping". Apesar do bocó que sentou do meu lado ficar conversando durante o filme inteiro com a menina que sabe se lá por que aceitou ir ao cinema com ele, consegui assistir ao filme, que, aliás, é muito bom. Mas ao mesmo tempo fiquei triste, pois olhei em volta e não vi a velhinha de cabelo liso e curto que todo fim de semana encontro no nosso cinema aqui em Paraguaçu. Encontrava, pelo menos, pois desde o ano passado venho olhando sofregamente para o painel esperando um cartaz com o filme "Chicken Run", ou outro qualquer, pois em cinema barato não tenho escrúpulos, mas infelizmente até agora não apareceu nenhum.
Claro que as poltronas do cinema de Assis são infinitamente melhores do que as nossas, e lá ainda tem ar condicionado e um bom sistema de som. Mas é lá, e não aqui! E eu prefiro dez vezes a algazarra de uma molecada assistindo "Pànico 3", com assobio de papel de bala, gritaria e tudo, a ficar ouvindo um diálogo do tipo "O 007 que mais gosto é aquele cara, como é mesmo o nome dele... Robert de Niro..." durante o filme.
Espero ansiosamente essas duas diversões básicas que alegram nossa atribulada vida (pelo menos a minha), o futebol e o cinema. E, apesar do nosso cinema ser velho e não muito confortável, se comparado com os cinemas de Marília e Assis, por exemplo, por outro lado ninguém na região tem um time na série A2 do Campeonato Paulista há sete anos impunemente. Coisa de causar inveja a qualquer cidade num raio de 250 quilómetros.

A SEMANA, 27/01/00

J. Renato C. Cambraia é engenheiro, corinthiano, dono da cativa 74 do Estádio Carlos Affini e seus três filmes favoritos são Os Imperdoáveis, Matrix e A Fantástica Fábrica de Chocolates, com aqueles anões pintados de azul cantando "whom-pa, whom-pa...". E-mail: cambraia@netonne.com.br

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