Em verdade peço-lhe que leia com atenção as minhas palavras, mas não tente entender os seus significados, pois eles podem ser apenas uma mera impressão,pertencer ao reino da sua ilusão, como uma estrela que ainda brilha no céu mas no entanto já morreu faz muito tempo em algum canto nos confins do universo, e por favor,se eu ficar muito abstrato, vire essa página.
Não quero ficar como o louco que de tão enlouquecido ignora a sua própria loucura ou como o néscio entorpecido pelo álcool que de tão bêbado desconhece seu estado de embriaguez, a insustentável leveza do ser revela-se incompreensível para aqueles que estão de olhos fechados e com os seus canais fora do ar.
Sou teu sangue correndo em veia errada, o vinho da tua taça, a lágrima da partida, o alívio da chegada, a impressão digital que ficou em tuas costas, a ruga que insiste em estragar a tua beleza, sou sobretudo uma folha em branco em cima da mesa esperando que em mim alguém escreva.
No teatro da alma interpretamos uma peça que se chama vida onde o ator principal é o nosso ego, o diretor dessa composição dramática chama-se mente e o roteiro é escrito pelo nosso destino que vai determinando as cenas do começo ao fim, contracenamos o tempo inteiro com o nosso Carma fugindo insistentemente da dor(qual é a sua droga?) e buscando obstinadamente o prazer.
O trem da meia-noite já vai chegar e eu estou sozinho aqui nessa estação, quem não tem presente se contenta com o futuro, sou um filho da estrada, um caminho aberto esperando alguém me percorrer, vou cavalgar os ventos e disputar corrida com os raios para vencer o meu medo de viver.
Prefiro a lentidão da eternidade do que a pressa do tempo, o camelo lamenta não ser dromedário e o dromedário lamenta não ser camelo, não acredito que as estrelas estão mortas só porque o seu está nublado, não acredito em rótulos ou em certo ou errado, pois pau que nasce reto pode ser flecha e pau que nasce torto pode ser arco.
http://andre.aquino12.blog.com.br