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cronicas-->APAIXONAR-SE É CORRER PERIGO -- 13/12/2007 - 14:08 (Daniel Viveiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Apaixonar-se é correr perigo.
Os primeiros sintomas são um misto de indefinição mal-estar e ausência. Sente-se algo estranho e pergunta-se: O que há comigo? Ante a evidência, a primeira atitude: Negar.
Nega-se, como alguém que descobre-se subitamente terminal, gravemente ferido. Perguntas irrespondíveis dão voz ao medo da provável dependência ou da provável rejeição, e não há outra possibilidade: Vida ou Morte.
Depender-se do remédio "ser aceito" provoca (im)perceptíveis desagregações na mente e corpo apaixonado, e a rejeição torna-se sinónimo do desamparo.
A segunda atitude, semelhante à morte, sobrevém justamente daí: não ser aceito: então desespera-se o já contaminado (im)paciente, e o que era uma suspeita agora é uma certeza!
Sim! Estou ferido de morte! Geme o desenganado. Agarra-se aos santos de plantão. Pronto! Iniciou-se o terceiro estágio!
Volta-se a rezar e fazer mezinhas, promessas e despachos; consulta-se búzios, cartomantes e horóscopos. Como nenhuma mandinga faz passar a dor e até parece agravar o pensamento fixo onde dói, passa-se para o quarto estágio: A raiva e auto-piedade.
Ah! O mundo, tão injusto e cinzento..., insensível à nossa dor!
Desenterra-se velhas músicas, de preferência melancólicas, afastam-se os amigos, prefere-se filmes com finais infelizes na solidariedade de não ser o único pobre coitado não-amado do mundo.
Conselhos? Ah! Como? O quê? O trabalho? Um fardo. Alimentar-se? Prá quê, já que se está desenganado mesmo! Perfume? Um pecado mortal! Ficar cheiroso prá quê? Prá quem?
Do fundo do poço emerge o quinto estágio: a aceitação de que se morrerá.
Sim, morrer, e daí? Se é prá morrer inevitavelmente só, que se morra com um pouco de dignidade, aproveitando os últimos momentos da vida que resta.
A partir daí, (sexto estágio) retoma-se os afazeres e a cor, recobra-se um pouco a auto-estima estilhaçada usando os restos de energia, e segue-se em frente com uma morte alheia em si; semivivo, incompleto, com restos de sentimentos.
Talvez foi isso que poeta quis dizer, que passa-se a morrer depois que se ama...
No entanto, se aceito ou correspondido, no contágio tudo é vida, até que...

Daniel Viveiros®
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