Usina de Letras
Usina de Letras
248 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10302)

Erótico (13562)

Frases (50483)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Fernão Noronha Capelo -- 01/05/2018 - 20:28 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos







Noite cinzenta cai sobre a cabeça do homem traído. 
Tinge de negrume a memória de suas lembranças
 e faz dos sonhos desfeitos um pesadelo.
 


 Ele finge que não doí  e sofre e chora e  morre de paixão. Fernão suou frio. Sua alma  pôs-se a fazer caminhos diversos nos versos quebrados do amor dividido. Precisava desabafar, contar para o papel as dores do coração.  Doía ser fingidor, embora fosse necessário fingir que não doía, a dor que sentia, doía demais no coração.

Escreveu. 

Rabiscou. Encheu a lixeira com papel amassado. Fez uma faxina. Limpou a represa e a chaminé. Lançou fora o cobertor de problemas que envolviam o coração. Percorreu a casa, conferiu cada cômodo. Seu coração batia acelerado. 
Vieram-lhe lembranças do tempo de menino, quando seu pai quis registrá-lo com o  nome de Gagarin,  por desejar que  o filho viesse  a ser tão famoso quanto aquele primeiro astronauta a orbitar a Terra.  
A mãe protestou: “Não quero mais um ateu dentro de casa!” E resposta do pai que só adiou a discussão. “ Não vamos brigar por isso. Fernão é o nome dele.” 
Fernão cresceu em estatura, mas a idade mental, não passava dos seis anos. Abria a torneira e ficava vendo o riacho escorrer na ardósia. Depois,  punha fim ao dilúvio, desligando a água, para não afogar uma formiga que passava. Ele era diferente. Tinha olhar distante e desatento aos estímulos externos, parecia viver alheio ao mundo dos falantes. Até certo ponto, era perfeccionista, criterioso naquilo que gostava de fazer. Conversava com seus brinquedos e achava que eles  eram capazes de obedecer às suas ordens de comando. 

Apaixonado por navegação, o pai  de Fernão mantinha em casa um tesouro em  réplicas da navegação e da aeronáutica. Aprendera a brincar, desafiar os perigos, nas grandes fantasias da imaginação, com o intento de ocupar a emente do filho.  Fizera até uma miniatura do 14BIS, com motor movido a metanol e divertia-se controlando da terra aquela engenhoca como se fosse Santos Dumont sobrevoando a torre Eiffel. Temendo reprimenda da mulher, Yuri guardou a sete chaves a certidão de nascimento do filho. O varão tinha nome de gente famosa: Fernão de Noronha Capelo.

***



Leia também do autor Adalberto Lima: 

 - Lagoa azul ( texto reeditado) 

- Clara e Francisco(miniconto)
 

 - ILHA DO MEDO 

O VÉU DO TEMPLO 

 PEGADAS NA AREIA
 

 - Vendilhões do templogif.gif 

 - O FANTASMA (suspense) 

- A paisagista 

O canto da sereia - história de amor 

 Passageiro da agonia II
 




Caverna particular



 



Um sorriso e uma lágrima



 



Não cabe no coração (miniconto)



 



***



 



Adalberto Lima, fragmentos de "Estrela que o vento soprou."
Imagem Google
 







Adalberto Lima




Enviado por Adalberto Lima em 01/05/2018

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui