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cronicas-->Recíproca (*) -- 02/01/2008 - 16:14 (Benedito Pereira da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Recíproca (*)


Quase não viu a mulher, com o carro parado no acostamento. Chovia forte, e já era perto da noite.
Percebeu que ela precisava de ajuda. Assim, parou seu automóvel (velhinho e quase fora circulação) e aproximou-se.


O seu veículo brilhava (apesar de um pouco escuro) e, bem conservado, cheirava à tinta.


Ainda que com sorriso sincero e aspecto de tabalhador que inspira confiança, ficou indecisa. Até então, ninguém havia parado na estrada para indagar se precisava de ajuda. Durante mais de duas horas, ficou ali fazendo preces e iludindo-se de que, com êxito maior, sairia daquele sufoco. Com certeza (pensava!), o intruso vai aprontar algo.


Não se parecia seguro, trejeito de pobre e de faminto. Em contrapartida, notou-a com medo e disse-lhe:


- Estou aqui para colaborar, madame, não se preocupe. Por que não
espera lá dentro, onde está quentinho? Meu nome é Felizardo.


Tudo o que ela tinha de dificuldade era um pneu furado, que, para uma viajante de idade avançada avançada e sem nehuma familiaridade com o tipo de probelma, era tremendamente peocupante.


Felizardo abaixou-se, inseriu o macaco e, com alguma dificuldade, ergueu o lado esquerdo. Logo, todavia, com a habilidade de quem faz aquilo frequentemente, substituía o pneu. Ficou, em consequência, um pouco sujo e também feriu alguns dedos, dada a força extra que teve de fazer, uma vez que o equipamento nada realiza sozinho (há necessidade da mão e do engenho humanos para fazê-lo operar eficazmente. Enquanto apertava as porcas da roda, a sortuda baixou o vidro correpondente e começou a conversar. Contou que era de Minas e que só
estava de passagem, em visita a parentes na cidade próxima, há cerca de100 qulómetros. Não sabia, contudo, como agradecer a preciosa interferência.


Felizardo apenas sorriu ao levantar-se...


-- Quanto lhe devo?


Qualquer valor económico seria pouco para ela. Já imaginara todas as terríveis peripécias que poderiam ter ocorrido se o anónimo mecànico não
a tivesse auxiliado.


O prestativo operário não pensava em dinheiro tampouco em recompensa. Aquilo não lhe era trabalho. Gostava de contribuir quando alguém tinha necessidades e solicitava o seu concurso. E Deus já lhe havia retribído bastante. Esse era o seu modo de viver. Nunca lhe ocorreu agir diferentemente.
Por isso, respondeu:


-- Se, na realidade, me quiser pagar, da próxima vez que vir outrem que precise de amparo, lhe dê, se puder, o reforço de que precise.


E acrescentou:


-- Lembre-se de mim.


Esperou que ela saísse e tomou seu destino em seu carrinho (chamar aquilo assim é otimismo esplêndido!).



Havia transcorrido um dia frio e deprimente. Mas ele se sentia bem, indo para casa e ao desaparecer-se no crepúsculo.


Alguns quilómetros adiante, a condutora estranha parou o carro num pequeno restaurante, que servia também de empório: tinha os objetos mais comuns de consumo.
Entrou para comer alguma coisa e tomar água. Simples (silêncio grande!) e
tudo ali lhe era bem estranho.


A garçonete veio e trouxe-lhe uma toalha limpa para que pudesse esfregar e secar os cabelos
molhados pela chuva fina que caía quando tentava encontrar alguém na estrada que lhe pudesse socorrer. Dirigiu-se-lhe com doce cumprimento, sorriso que, mesmo com os pés
doendo após um dia inteiro de trabalho pesado, não póde apagar.


A forasteira notou que a servidora estava grávida. Supós que estivesse no oitavo mês de gestação. A jovem, diligente e prestativa, não deixou que os incómodos do seu estado mudassem a sua atitude no bem atender aos clientes da casa.


Ficou curiosa em saber como alguém que tinha tão pouco, podia tratar tão bem freguês que via pela primeira vez e que de certo nem voltaria a ver.


Em decorrência desse episódio, se lembrou do providencial mecànico. Depois que terminou a rápida refeição, e enquanto a garçonete buscava o troco para a cédula de cinquenta reais com que pagou despesa de menos de dez reais, retirou-se.
Havia, pois, partido quando a atendente retornou, a qual, meio precupada, ainda queria
saber onde a consumidora poderia ter ido. Notou, entretanto, algo escrito num guardanapo dobrado cuidadosamente e posto debaixo do copo que ainda continha um pouco de água mineral. Ali havia 4 cédulas de R$ 50,00.


Começou a tremer e brotaram lágrimas em seus olhos quando o leu por três vezes:


-- Você não me deve troco nem nada. Tenho o suficiente. Alguém me auxiliou hoje. Da mesma forma, estou ajudando-a.
Se você, realmente, me quiser reembolsar por esse dinheiro, não deixe este círculo de amor e de reconhecimento se extinguir. Ampare o próximo, nem que seja com palavras de conforto.


Havia mesas para limpar, açucareiro para encher, vasilhas para recolher e lavar, lixo armazenado e clientes vários para servir. A funcionária voltou ao trabalho com mais afinco e gosto.


Quando foi para casa, bastante cansada, e sentou-se na cama antes de ir ao banheiro para o banho noturno, seu marido já estava dormindo, e ela ficou
pensando no dinheiro e no que aquela agradável e misteriosa freguesa deixou escrito. Como póde aquela mulher advinhar o quanto ela e o marido precisavam daquilo? O bebê nasceria no mês seguinte. Como tudo estava tão difícil!... Ficou pensando na bênção que recebera. Soltou grande suspiro, agradeceu a Deus e virou-se para o dorminhoco
marido (que, tranquilo, ressonava há muito!), deu-lhe um beijo terno e sussurrou:


- Tudo ficará bem, eu te amo Feliz!


Moral da história:


Na vida, há coisas semelhantes. É um espelho que reflete os nossos atos.

Tudo o que fizermos termina voltando-nos, em dobro; às vezes, até mais!

Desse modo, pense em fazer somente o bem. E pode ter certeza: muitos benefícios receberá em compensação.

Pense nisto: se você deseja ser mais afortunado, basta que conte essa pequena passagem a outras pessoas e lhes peça que reforcem o amor ao próximo.



Para refletir e começar bem e o ano de 2008!


_________
(*) Brasília, DF, 02/01/2008.









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