Usina de Letras
Usina de Letras
25 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62350 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22544)

Discursos (3239)

Ensaios - (10411)

Erótico (13576)

Frases (50726)

Humor (20056)

Infantil (5476)

Infanto Juvenil (4795)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140851)

Redação (3315)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6223)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Discursos-->Por que tem gente que "zomba das palavras? -- 26/06/2003 - 00:32 (•¸.♥♥ Céu Arder .•`♥♥¸.•¸.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Tenho um amigo que diz ser meu amigo “incondicional”. Achei graça.... Pois, ele, receoso de que eu não entendesse, fez questão de me explicar: “incondicional”, Milene, significa “sem condição”.


Qualquer coisa e a qualquer momento que precisar de mim, estarei aqui, pronto a atender.


Há coisas que, embora só existam no estranho mundo da fantasia ou na bizarra demência de alguém, o que não faz grande diferença, chegam a nos enternecer.


É incrível o inusitado mundo das palavras...


A linguagem é transmissora de culturas, de idéias, de tradições, moral... Creio que de “quase tudo” que compõe a nossa existência.


E mais evidente do que qualquer outro está o nosso código verbal: a palavra. Esta tanto pode ser benévola como maldizente. Por isso mesmo muito perigosa. Talvez como um brinquedo de luxo em mãos de criança inconseqüente.


Há os que, supostamente, pensam que escrever é alinhar palavras, ou frases... Mas isso qualquer um pode fazer. Basta ter um parco conhecimento da língua em que atua. Mas “escrever” é mais que isso; é adequar idéias às frases numa construção criativa inteligível.


Há que ter coerência naquilo que se escreve, evitando a ambigüidade na análise daquele que vai ler.


Certos textos escritos de forma inadequada podem ser a causa de muitas tragédias interpretativas.


Com a linguagem poética já há mais flexibilidade, por ser ela de cunho mais subjetivo.


E onde entra a “arte” as palavras são, por vezes, de sentido dúbio proposital, o que leva o interlocutor à reflexão quase enigmática do que o autor estaria tentando expressar.


O texto poético, não raro, tem uma expressividade peculiar que envolve conhecimentos determinados.


Mas as pessoas, em combinação com nosso mundo atual, tão mecanizado, não se querem deter em contemplações ou análises complicadas.


É aqui que me vem à lembrança o trecho de “Alice no país da maravilhas” quando a menina, indecisa ao chegar a uma encruzilhada, indaga ao coelho:


 


“- Por favor, que direção devo seguir?”.


O coelho então lhe pergunta:


- Para onde você deseja ir?


Alice responde:


- Não importa. Para qualquer lugar!


Diz-lhe prontamente o coelho:


- Então... Qualquer direção serve.”


Quantos de nós não se encontrarão na encruzilhada, sem saber que direção tomar?


Vejo, em minha área de trabalho, adolescentes e adultos perdidos em busca de um simples “Certificado de escolaridade”. Talvez pelo cansaço de um dia de trabalho ou de uma formação precária que lhes proporciona o ensino público.


E há que esclarecer aqui que o professor é quase “intimado”, nas entrelinhas de circulares que lhe chegam da Secretaria de Educação, a reprovar o mínimo de alunos, com o risco de ser “convocado” a explicar possíveis reprovações.


Parece piada...


Mas esse é o mesmo “Setor de Educação” que recentemente se pronunciou pelos canais de comunicação dizendo que o professor tem de ser avaliado, para futura reciclagem. Se assim não fizer, ficará estagnado profissionalmente, longe de qualquer promoção e, conseqüentemente, de um aumento de salário.


Sim... Raciocinem: somos quase obrigados a aprovar alunos que nada alcançam, uma maioria desprovida de interesse, por saber que sua promoção será facilitada de todas as formas: com provas finais, para completar uma irrisória média de 50% que, se não alcançada, levará o necessitado a fazer uma recuperação de matérias, logrando novas avaliações, de todo tipo e “contando” com a bondade e compaixão dos mestres, tão benevolentes... Coitados!


Isto sem levar em conta comércio do ensino, que são as escolas particulares “baratas”, onde o professor não necessita ser diplomado e por isso aceita qualquer salário.


Restam, para a “salvação da lavoura” os colégios particulares de peso, onde só os abastados, e de pais conscientes, têm acesso. Esses é que irão disponibilizar o cidadão, desde a tenra idade, para a competição no mercado de trabalho mais sofisticado. Pois, o que não lograr, por qualquer descuido, ingressar numa universidade pública o papai terá a quantia necessária para continuar pagando uma pequena fortuna a uma boa faculdade particular.


É assim que funciona a HIPOCRISIA de uma sociedade em decadência, onde se fala de “direitos humanos”, mas o pobre é relegado à condição de um coitado que precisa somente “matar a fome”.


Talvez os “famintos do saber” se aquietem de barriga cheia.


 




Milazul

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui