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Artigos-->ENTREVISTA COM BRUNO FREITAS -- 23/05/2001 - 18:09 (O Entrevistador do Usina) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ENTREVISTADOR: Bruno, sendo diretor e roterista de longas e curtas, como você vê o cinema de Brasília?





BRUNO: - Difícil, muito difícil. É preciso muita perseverança para fazer cinema aqui. Pois, existem poucos incentivos para os cineastas, e os poucos editais de concurso que existem, não suprem a demanda de bons cineastas, que nem sempre têm o nome na mídia como Wladnir Carvalho, Zé Eduardo Belmonte, André Luis da Cunha, René Sampaio, André Luis Oliveira, Carlos Del Pino, Liloye Boubli, Betse de Paula, e até Mauro Giutini. Existe uma (sic) Aasociação Brasiliense de Cinema e Video - ABCV, e temos até página na internet, mas ainda estamos engatinhando numa luta cinematográfica para verba do governo. Pois, a maioria, ainda luta por fazer curta-metragens, o que é impraticável sem verba governamental, já que os curtas, não têm a mesma visibilidade dos longas-metragens, que podem ser deduziveis do imposto de renda do patrocinador.







ENTREVISTADOR: Como você vê a abertura para o financiamento de filmes como “o Auto da Compadecida”, de Arraes, pela tevê? Há um ganho ou perderemos em originalidade e criação?





BRUNO: - Acho ótima a inciativa da Globo Filmes, que segundo Daniel Filho, pretende lançar um filme por semana. É isso aí... em outros paises essa parceria entre cinema e televisão já existe. O problema é que sempre a mesma trupe de cineastas como Daniel Filho, Guel Arraes, e até Jorge Furtado, terão oportunidades nesta panela global. Mas é uma iniciativa louvável.







ENTREVISTADOR: O pós moderno de Woody Allen ou de Madonna?





BRUNO FREITAS: - Não sei bem se Madonna pode ser chamada de pós-moderna, aliás creio que prefiro Woody Allen.







ENTREVISTADOR: Existe em seus roteiros uma forte presença regionalista e um humor ácido. Mistura o Bumba-meu-boi com o cerrado, trabalha com o feijão brasileiro e nomes nipônico - psicodélicos e irônicos como no texto “Feijoada Experience”, você se enquadra em algum grupo literário?





BRUNO: - Não creio que ainda hoje existam grupos literários. Acho que eu seria HUMANITAS! Mas gosto mesmo do realismo fantástico de García Marquéz.







ENTREVISTADOR: E político?





BRUNO: - Acho que não.







ENTREVISTADOR: O que significa a separação de lados proposta no texto “O que é o lado de lá?, e o que é o lado de cá?”?





BRUNO: - Os que são do lado de lá, e os do lado de cá... Acho que nem mesmo eu poderia resolver esse impasse. Estou flutuando no meio.. Não te lembras? Pergunte ao Ayra que é da favela do "Fodam-se vocês também". Aliás, eu disse em minha carta a ele, que gostava do que escrevia, e como disse o Lúcio, agora estamos numa boa. Na verdade, o artigo foi um desabafo contra o Ayra, mas aquilo levantou uma bandeira de paz, e descreveu muito bem uma situação dentro do usina. Era uma guerra entre os da esquerda contra os da direita, como definiu o Denison Borges. Bem os do lado de cá, devem ser os da esquerda e os do lado de lá, os da direitas, ou quem sabe vice e versa. Sabe a criatividade é um enorme cachorro correndo ao seus calcanhares. Isto é: um prazo de entrega (dead line). POr isso, o texto ficou bom, assim com a mesa redonda e outros textos feitos as pressas para sua entrega ou publicação.





ENTREVISTADOR: Qual foi o objetivo do texto feito em 10 mãos “Mesa redonda de Usineiros” e porque um conto maldito? Os personagens são reis e fictícios, qual foi a repercussão? Atendeu aos objetivos?





BRUNO:- Foi um texto criado por Ayra On, continuado por Hitler, e Schwartz, e (sic) dpois por mim, sendo finalizado pelo Hitler novamente. Creio que seu objetivo foi alcançado, que foi promover a paz, através da interação entre os integrantes do usina. Acho que não foi mal, e terminou no momento exato, pois a coisa estava em direção do mal ao pior. Sabe, aquele strip tease foi algo inesperado e brusco, mas confesso que todo o texto foi bem divertido. Talvez a melhor pessoa para falar sobre isso, seja mesmo Ayra On.





ENTREVISTADOR: Bruno, como você vê a política nacional?





BRUNO:- Eu procuro não vê-la... Aliás, saio correndo toda vez que a encontro.







ENTREVISTADOR: Bruno, há espaço para crítica ao contexto nacional de corrupção em seus textos?





BRUNO: - Creio que o espaço para crítica ao contexto nacional de corrupção existe em qualquer lugar. Está em nosso sangue, crescemos assistindo sobre isso na televisão, lendo nos jornais, ouvindo pelo rádio. Faz parte do incosciente coletivo da nação. E se algum dia isso acabar, não sei se fará falta, mas será muito estranho. Não achas?







ENTREVISTADOR: O que é o mini-texto? De onde surgiu a idéia?





BRUNO: - Mini textos, mini contos, mini dialogos existem a muito tempo. Uilcon Pereira era quem curtia minicontos. Zé Pedro fez um curso de pósgraduação dado por ele na Unesp, que consistia da leitura de vários contos curtos,curtíssimos, minicontos. Ele pretendia reunir tudo isso numa edição, mas não alcançou fazê-lo. Ele morreu em 96. Sobre ele, há alguns textos no site. O Zé Pedro mesmo vem se referindo a ele muitas vezes. Existe uma narração que, pelo visto, é o menor mini conto do mundo, pelo menos até agora, pois o Denison Borges publicou o menor conto que já existiu. Eu vi e li. Mas bem, o relato é o seguinte, e está em minhas traduções de García Marquéz: "Quando despertou, o dinossauro já estava lá". Pois, isso são os mini contos, histórias pequenas que nos passam um contexto e libertam a imaginação do leitor, para todas possibilidade, antes, depois, e até durante. Essa onda de mini contos é antiga, queremos apenas um revival dela. O Jônatas Micheleti Protes, também publicou ótimos mini diálogos, aliás, ele é mestre em dizer muito, falando pouquíssimo, ou quase nada. Portanto, os mini contos não foram invenção de ninguém, pois, já existem muito antes de Peter Bichsel dizer que: "Literatura é sempre literatura sobre literaturas".



ENTREVISTADOR: Bem, muito obrigado Bruno por essa maravilhosa entrevista. Nossa próxima entrevista será com o polêmico Adolf Hitler, aguarde.

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