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Artigos-->As luzes de Bagdá -- 20/03/2003 - 22:51 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As luzes de Bagdá.

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



Avançam tanques e homens armados pelo deserto. Andam retos, eretos, marchando em direção a Bagdá. Há uma força contida entre músculos e ferro, entre veias e engrenagens. Uma fila de soldados calados e tanques potentes desloca-se sobre as areias do Kuwait. Possuem olhos que enxergam à noite e disparam bombas inteligentes. Vencem as tempestades e as adversidades do deserto. São soldados armados, amados ou não. Não sabem que somos todos iguais, braços dados ou não. Talvez saibam, mas são apenas soldados.

A madrugada cai vagarosamente com as horas enquanto olhos iraquianos, atentos e incrédulos, vêem luzes cruzando a noite da cidade. Bonitos e fosforescentes fachos de luzes cortando, como uma navalha incandescente, o céu de Bagdá.

Não são luzes anunciando a chegada do filho salvador e nem luzes que mostram o caminho para quem traz oferendas. Diferente da luz de Belém são as luzes de Bagdá. São luzes que destroem, que matam e exterminam. Luzes que indicam o caminho da morte. Mísseis teleguiados que disseminam o terror na população.

Não devemos ser contra a guerra do Iraque simplesmente porque escolhemos um lado nessa falsa polarização do bem contra o mal. Do mocinho contra o bandido e inclusive, segundo alguns mais afoitos e exagerados, do capitalismo contra o socialismo. Nessa visão estreita e ideológica da guerra, ressuscitam e requentam a guerra fria. Para quem entende que todos os humanos têm direito à vida não há motivos para sermos a favor da guerra do Iraque. Há motivos, e de sobra, para sermos contra todas as guerras. Não existe combate justificável. Todas as guerras são insanas. Apenas os dementes e gananciosos pelo poder promovem as guerras e exterminam vidas. Para fazer negócios e gerar lucros incitam os conflitos. Pouco importando a contabilidade da vida nas partidas dobradas da paz.

Evidentemente que devemos ter ciência e a clareza necessária que existe uma ditadura no Iraque. Entretanto, também devemos ter clara a preservação da soberania das nações. A ditadura Iraquiana, por mais sanguinária e perversa que seja, não é motivo para esse bombardeio. Esse massacre anunciado. A autodeterminação dos povos é condição sine qua non para aprimorarmos as democracias do mundo.

Nesse caso específico, do conflito do Golfo Pérsico, não há uma guerra entre iguais. Há uma abissal desproporção militar. Alguns entendidos afirmam que em questão de horas Bagdá cairá nas mãos dos aliados.

Avançam tanques e homens armados sobre Bagdá. A televisão mostra-nos em tempo real a morte. Enquanto cevo mais um chimarrão a telinha mostra o saldo dessa insanidade. Sirenes intermitentes anunciam a chegada da indesejada chuva de mísseis. Um alerta de pânico e horror.

Termino o último mate enquanto aviões bombardeiam o Iraque. Fogos de artifício em Bagdá. Uma visão pirotécnica digna de virada de século.

- Parabéns Sr. W Bush! Que festa!





O dia em que a Terra parou



Ontem eu quase chorei pela paz



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