Administrando a Crise
A “rês-pública” está em crise; um verdadeiro surto da doença das “vacas loucas”...
Interrompo o pensamento, para chamar a atenção sobre uma constatação da realidade; a observação, nas audiências, entrevistas ao vivo ou fotos de nossos governantes e seus pré-postos ou pós-postos: todos eles, na hora da mentira oficial, mantêm a mesma postura e assumem o mesmo aspecto, fazem um bico na hora de pespegarem a mentira, não abrem corretamente a boca e fazem aquele beiço de “mamadores”. O beiço flácido de quem sempre esteve apto e pronto para abocanhar o bico dos tetos da rês-mãe.
Mas, retornemos ao “surto” de incompetência e caradurismo que tomou conta da nação, nos últimos tempos.
Vamos tomar vergonha e assumir a realidade. Pegar esse engodo a que chamaram de Carta Magna, tirá-lo das prateleiras, das gavetas e jogá-lo de vez, no lixo; lugar de onde se originou. Pergunto: de que serve mantermos um Poder Legislativo, apodrecido, viciado e inútil, se o Poder Executivo é quem legisla, nas coxas, através de medidas permanentes que deveriam ser de exceção?
Este tem sido, com toda a justiça da análise, um verdadeiro regime de exceção e grande parte dele está na competência.
O inútil Legislativo tem servido, apenas, para sustentar os jogos de interesses pessoais, as falcatruas e a manutenção do corporativismo injusto e imoral de que se servem, na hora de aplicarem as regras internas de autoproteção, como a “Imundade-Pralamentar”, dentre outras.
A partir de hoje, após o uso da “burla” oficial, o consumidor brasileiro está de mãos atadas; “sob o ponto de vista jurídico”, segundo o governo, não há como questionar o afastamento das regras do Código de Defesa do Consumidor e da Lei de Concessões. Sob o aspecto moral, nem há o que dizer; afinal, o próprio elenco jurídico brasileiro é uma piada de mau gosto.
Houvesse interesse real e competência, o governo já deveria ter criado a Câmara de Gestão da Crise Moral. E, todos os problemas mais sérios deste país, estariam solucionados.
Ainda, segundo o “governo!”: “é praticamente inevitável, um reajuste extraordinário das tarifas...”. Essa informação veio por meio de um dos “governantes indiretos”, o presidente da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia. Segundo ele, uma resolução da Câmara Brasileira da Gestão da Crise de Energia Elétrica (CGCE), garante a estas empresas, o direito de repassarem para as tarifas, tanto as perdas de receita com os cortes de fornecimento, quanto os custos operacionais pela implementação desses mesmos cortes.
Com este governo incompetente, qualquer dia, o cidadão assaltado, vai ser punido por crime de sonegação fiscal, em razão de não recolher o imposto na fonte sobre o pagamento compulsório feito ao meliante não oficial. Estará sujeito, talvez, a ser punido por não emitir recebido de pagamento do salário-assalto.
Isso é um circo ou não é?
Carlos Gama.www.suacara.com
24 de maio de 2001 – 14,00 h
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