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Erotico-->Irmão do Etê -- 07/05/2006 - 11:57 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Mensagem original-------

De: Tim
Data: 05/07/06 11:44:55
Assunto: Fw: Endereço do irmão do ET na Lista Xêisenouê


Pessoal, atenção! Não clicar no alto-falante, aí embaixo!
Chicutim queimado! Tem um cara aí, carái, nessa Lista Xêisenouê, irmão deste ET que vos fala (gostei deste vusfala, viu!), que não deu seu endereço por precaução.
Por motivo de delação premiada, informo que o dito cujo mora na Timeluôco, esquina com Tinterrutôco, garradiiimmm na Pauleira Imóvel Ltda., e o número é 24. CEP 24 124 324!
Cumprimento para todos, geral!
ET
E.T. - A cadela da minha mais recente secretária de forno e fogão, uma vira-lata de marca maior, fugiu daqui de BH, em direção às praias do RJ. É morena, 1,75m, 35kg, e tem cara de cachorra mesmo. Quem a encontrar, faça o favor de não devolver!
Não anule seu voto!Vote em mim que sou, no mínimo, ô cara, carái! Precisando de votos...de saúde, de paz, de prosperidade, de pêsames, de confiança, de repúdio, de louvor, ... estou cobrando mil gramas de ouro, com a cotação do dia da palavra dada!Dou fé!
Convido a todos para releitura do NoMínimo, agora mais palatável:

...apontado pela pesquisa do Ibope divulgada ontem por NoMínimo. Como relatou o repórter Luiz Antonio Ryff, “a falta de ética não é um problema apenas da classe dirigente: 75% dos brasileiros acreditam que cometeriam um dos atos de corrupção listados na pesquisa se estivessem no lugar dos políticos denunciados”.
NoMinimo conversou com Arnaldo Jabor, com a jornalista política Lúcia Hipólito, com a antropóloga Lívia Barbosa e com a psicanalista Tereza Pinheiro para saber ¿ por quê que o brasileiro se mostra indignado na vida pública, mas é conivente com a ilegalidade na vida privada. Todos reconhecem a multiplicidade ética dos nossos cidadãos.
O cidadão e o indivíduo
Jabor lembra que o brasileiro tem uma tradição secular de tolerância com a corrupção: “Na época da Corte, era quase um heroísmo roubar a Coroa, já havia uma fascinação pelo canalha que tira do Estado. No Brasil, a canalhice é vivida como inteligência. Há o mito de Macunaíma, o herói sem caráter, há a louvação da malandragem no Rio de Janeiro. Nós não temos o compromisso com a verdade que tem o anglo-saxão. O Clinton quase caiu por causa de uma mentira. Na nossa formação ibérica, o homem honesto passou a ser chamado de “caxias”, “careta”, “cdf”. E o escroto passou a ser louvado como malandro, esperto, “espada”, como “aquele que se deu bem”. Aqui, não há o senso de coletividade do anglo-saxonismo, não há a percepção de que o que é público pertence a todos.”
A jornalista e cientista política Lúcia Hipólito concorda que, no Brasil, o bem público “não é de todos, mas de ninguém” e aponta: “Dona Marisa, por exemplo, não achou nada demais plantar uma estrela vermelha no Palácio do Alvorada, pois aquilo é um espaço público, e o público é de ninguém”. Outra referência da jornalista: “A Benedita da Silva não viu problema algum em gastar o dinheiro público para ir rezar em Buenos Aires, pois, na lógica dela, aquele dinheiro não tinha dono.”
Lúcia diz que a pesquisa do Ibope não chega revelar uma grande novidade, mas sugere duas questões que devem ser pensadas pelo país: “Em primeiro lugar, fica claro que, no Brasil, há uma distinção entre o ‘cidadão’ e o ‘indivíduo’. O ‘cidadão’ quer mais transporte coletivo, o ‘indivíduo’ não quer o ponto de ônibus em frente à sua casa. O ‘cidadão’ reclama da imundice da cidade, o ‘indivíduo’ joga uma guimba de cigarro no meio da rua.”
A dicotomia reflete-se também nas relações, lembra Lúcia: “A mãe que pede ética na política é a mesma que pára o carro em fila dupla, ‘um instantinho só’, para pegar o filho na creche.” Ou seja: “A nossa cidadania está centrada na atividade política. Na vida privada, ela perde a vez. No Brasil - e talvez esse não seja um fenômeno apenas nacional -, você tem o divórcio e a convivência entre ‘cidadão’ e ‘indivíduo’ na mesma pessoa.”
Lúcia faz mais uma crítica: “Parece-me faltar uma politização da pesquisa. É fácil para nós, que temos três refeições por dia, criticarmos a venda de voto. Mas e para quem não tem um teto sobre a cabeça? Não condeno tanto a venda. A ação do Estado contribui para atitudes como essa, na medida, por exemplo, em que se cobra um imposto exorbitante. Enquanto os impostos não diminuírem, a sonegação não desaparecerá. Há, além disso, um problema semântico: brasileiro não paga imposto. Brasileiro é contribuinte, como se aquilo fosse apenas um ‘apoio’ ao Estado.”
A honra não vale nada
Quanto aos rumos da próxima eleição presidencial, a jornalista discorda da cientista social Síliva Cervellini, responsável pela pesquisa do Ibope, quando ela diz que será preciso “um esforço muito grande” de qualquer candidato para usar, com êxito, a ética como tema central da campanha: “Uma eleição é uma disputa de caráter, sim. Na última eleição entre o Covas e o Maluf pelo governo de São Paulo, o Maluf estava na frente e acabou perdendo no segundo turno. A ética conta. Se não contasse, o presidente Lula não teria demitido o ministro da Fazenda.”
Lúcia faz mais uma distinção: “Para se falar de ética, é preciso fazer uma dicotomia entre pessoa física e jurídica. Há certos procedimentos que são aceitáveis na pessoa física, mas não na jurídica. Você pode pagar uma amante com seu salário, mas se uma autoridade paga a amante com dinheiro público, o povo tem o direito de saber e vai condenar o ato.”
Há razões para as contradições, sugere a antropóloga Lívia Barbosa, citando os estudos de Roberto DaMatta para dizer que, no Brasil, “não há falta de ética, mas várias éticas aplicáveis em situações diferentes”.
A autora do livro “Jeitinho Brasileiro” explica: “Por isso, há tamanha contradição entre as atitudes dos brasileiros. Há uma ética para o familiar, outra para o amigo, outra para o inimigo, outra para o espaço público e por aí vai. Nessa lógica, a aplicação de leis e decretos pode ser ‘particularizada’, dependendo do que convier em cada situação.”
A antropóloga registra: “Quando se cobra o uso de uma única ética no Brasil, a pessoa acaba sendo taxada de ‘quadrada’, ‘de direita’, ‘autoritária’. Se o brasileiro é conivente com a corrupção dos altos escalões políticos, é porque a Assembléia, a Câmara, o Senado e a Presidência são espelhos da sociedade que está aí. É bom lembrar que formamos uma democracia representativa.
O problema é que, aqui, o código moral acaba, por vezes, se sobrepondo ao Código Civil. O que surge a partir daí é um sentido de total desarticulação social.”
Para a psicanalista Tereza Pinheiro, a desarticulação social não é conseqüência, mas causa da maleabilidade de valores do brasileiro:
“O ponto de partida já é complicado, mas a raiz histórica não responde a tudo. De um lado, é verdade, temos uma república fundada por uma elite, sem base alguma no bem comum, sem uma justiça igualitária. Por outro lado, com o neoliberalismo, o ideal de bem comum fica ainda mais esfacelado. A lei do mercado é como uma lei da selva: o mundo dá sinais de que o individualismo é a única forma de vida.
Assim, um pai que ganha R$ 2 mil por mês acaba se endividando para levar a família à Disney, pois esse é o ideal de alegria que se vende à sociedade. O bombardeamento diário de números de consumo, de contas de superávit acaba gerando isso.
Não há articulação política para o bem comum. Por isso, a vergonha, hoje, rompeu com a honra. Antes, as pessoas sentiam vergonha de algo que elas consideravam errado. Hoje, sem a idéia de bem comum, a honra não vale nada. Não tem por que a falta de ética chocar.” É assim que tantos brasileiros, como Edgard e Peixoto, podem declarar, sem constrangimento, a lassidão de caráter.


Com os cumprimentos do Tim,

crente em ET,
filho da ICA e
servo da divisão por cissiparidade!


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