“Do pré-natal ao pré-mortal” é uma máxima da auto-educação vitalícia, lembrando que se deve nascer e morrer em casa. Os nove meses da gestação representam 90% da formação do ser humano. Portanto, facilmente se compreende a ênfase dada ao cuidado que a gestante deve ter no período pré-natal. Os casais jovens mais desinibidos logo assumem essa condição de ambos ficarem grávidos. Ele cerca a jovem gestante de cuidados, evitando conversas desagradáveis e filmes de terror. A condição mental tranqüila é muito importante para ela nesse período.
Durante o “1° Simpósio sobre Visão Holística”, promovido pelo Diretório Acadêmico da Universidade Rural Federal de Pernambuco, a parteira Sueli Carvalho abordou o tema parto natural. Ela tem larga experiência, pois já realizou mais de 5.000 partos em vários lugares, desde o Sul do Brasil até as florestas amazônicas, treinando índias parteiras. Disse que “nascer significa jogar uma pedrinha no lago. Cada um é essa pedrinha que causa profunda repercussão. Cada um deve continuar repercutindo no Universo. A vida é muito mais do que aparentamos”- acrescentou.
Sueli lembrou que nascer bem é o primeiro direito de cidadania. Referiu-se ao fato de que os corpos do homem e da mulher estão preparados para a reprodução. No entanto, no Brasil chega haver cidades aonde o índice de parto cesariano atinge a alarmante taxa de 70%. Quando a mulher entra em trabalho de parto todo o corpo está mobilizado para o nascimento do filho. A dor de parto é uma dor abençoada. A dor leva a mulher a saber o momento do nascimento. A dor se processa gradualmente até atingir um ponto máximo.Quem tem o privilégio de vivenciar esse momento nunca esquece – acrescentou. Disse mais: “Sem contração não há dilatação. A cada contração o bebê é empurrado para fora. À medida que o colo do útero começa a se dilatar, a parturiente põe toda a sua força para a expulsão do bebê. Nesse momento em que ele inicia a descida recebe massagem em seu cérebro. A mucosa do canal vaginal é a mesma da boca. Com a massagem ao passar no canal vaginal o bebê sai do espaço apertado que ocupava e vai ver um espaço mais amplo. Esse começo é vital” – completou.
Sueli dirige a Organização Não Governamental “Cais do Parto”, em Olinda-PE. Ela esclareceu que o Cais do Parto se assemelha ao cais do porto, aonde os navios chegam, descarregam a sua carga, reabastecem e partem. A proposta está sempre voltada para que a criança que chega receba afeto.” No sistema em voga não é permitida a presença do pai no momento do nascimento do seu filho, que é o coroamento do afeto”- concluiu.
“A educação de um ser humano deve começar em seu nascimento e se prolongar durante todo o tempo de sua vida”. (Mira Alfassa – A Mãe. O restante da transcrição encontra-se no livro “Parto Natural Independente” – Tomio Kikuchi, Musso Publicações-